De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Índios aticum fecham Funai e pedem comida
08/11/2002
Fonte: Jornal do Commercio-Manaus-AM
Desarmados e pintados para a guerra, os indígenas cercaram a sede da entidade no Recife, na
Boa Vista, ontem de manhã. Eles exigiram R$ 58 mil para comprar 700 cestas básicas para a
tribo
Índios da etnia Aticum, de Carnaubeira da Penha, no Sertão de Pernambuco, ocuparam e
fecharam as entradas da sede regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), ontem, na Boa
Vista, no Recife. Desarmados, mas pintados para guerra, eles exigiram R$ 58 mil reais para
comprar 700 cestas básicas para a tribo, que tem cerca de cinco mil moradores. Não houve
reféns, mas os aticum ocuparam a frente da sede e não permitiram a saída de nenhum
funcionário.
Os aticum estão na cidade desde segunda-feira, realizando uma manifestação pacífica, para
pedir auxílio humanitário à Funai. Ontem, eles resolveram radicalizar. O grupo declara que o
administrador substituto do órgão, Sérgio Barreto, tentou enganá-los, para dispersar a
manifestação. "Ele prometeu ajudar, mas, quando saímos daqui, só liberou dinheiro para 150
cestas. Só vamos embora com o dinheiro todo", assegurou o cacique Jovaci José dos Santos.
A ocupação gerou um clima tenso no local, pela manhã. "Sérgio disse que vai processar a
gente por cárcere privado. Ele pode fazer isso, mas a gente só sai daqui com a comida",
declarou José Francisco da Silva, outro líder da etnia.
Barreto ponderou que a reivindicação dos índios é justa, mas alegou que não tem verba para
ajudar de imediato. Explicou que o dinheiro liberado para a compra de 150 cestas básicas (R$
8 mil) foi apenas a primeira parcela. "Eles passam necessidade e não entendem que a
burocracia não deixa liberar uma quantia alta."
O maior problema, de acordo com o administrador, é a exclusão dos índios dos programas de
complementação de renda do Governo Federal. "Eles não têm acesso ao Bolsa-Escola, ao
Vale-Gás nem à Bolsa-Renda. Tudo depende da Funai e nós não temos dinheiro", reclamou.
Os índios são atendidos apenas pelo Horta Comunitária, do Governo do Estado. "Por causa da
seca, a horta é insuficiente", ressaltou.
No fim de outubro, a Funai fechou um acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Social para iniciar um censo indígena, a fim de incluir os índios pernambucanos nos programas
sociais. A primeira da etnia a ser cadastrada seria a Aticum, uma das mais pobres do Estado.
Apesar de o convênio ter sido fechado ainda em outubro, o censo ainda não começou. "Nem
vai começar este ano. O dinheiro para esse cadastramento só vai entrar no orçamento do
próximo ano", afirmou Tânia Mota, assistente social da Funai.
Enquanto o dinheiro dos programas sociais não chega, o administrador substituto garante te
enviado um memorando à Presidência da fundação, solicitando a liberação da verba suficiente para a compra das 700 cestas básicas exigidas pelos aticum. "Os índios precisam ter um pouco de paciência e bom-senso, pois tudo vai se resolver", afirmou.
Boa Vista, ontem de manhã. Eles exigiram R$ 58 mil para comprar 700 cestas básicas para a
tribo
Índios da etnia Aticum, de Carnaubeira da Penha, no Sertão de Pernambuco, ocuparam e
fecharam as entradas da sede regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), ontem, na Boa
Vista, no Recife. Desarmados, mas pintados para guerra, eles exigiram R$ 58 mil reais para
comprar 700 cestas básicas para a tribo, que tem cerca de cinco mil moradores. Não houve
reféns, mas os aticum ocuparam a frente da sede e não permitiram a saída de nenhum
funcionário.
Os aticum estão na cidade desde segunda-feira, realizando uma manifestação pacífica, para
pedir auxílio humanitário à Funai. Ontem, eles resolveram radicalizar. O grupo declara que o
administrador substituto do órgão, Sérgio Barreto, tentou enganá-los, para dispersar a
manifestação. "Ele prometeu ajudar, mas, quando saímos daqui, só liberou dinheiro para 150
cestas. Só vamos embora com o dinheiro todo", assegurou o cacique Jovaci José dos Santos.
A ocupação gerou um clima tenso no local, pela manhã. "Sérgio disse que vai processar a
gente por cárcere privado. Ele pode fazer isso, mas a gente só sai daqui com a comida",
declarou José Francisco da Silva, outro líder da etnia.
Barreto ponderou que a reivindicação dos índios é justa, mas alegou que não tem verba para
ajudar de imediato. Explicou que o dinheiro liberado para a compra de 150 cestas básicas (R$
8 mil) foi apenas a primeira parcela. "Eles passam necessidade e não entendem que a
burocracia não deixa liberar uma quantia alta."
O maior problema, de acordo com o administrador, é a exclusão dos índios dos programas de
complementação de renda do Governo Federal. "Eles não têm acesso ao Bolsa-Escola, ao
Vale-Gás nem à Bolsa-Renda. Tudo depende da Funai e nós não temos dinheiro", reclamou.
Os índios são atendidos apenas pelo Horta Comunitária, do Governo do Estado. "Por causa da
seca, a horta é insuficiente", ressaltou.
No fim de outubro, a Funai fechou um acordo com a Secretaria Estadual de Desenvolvimento
Social para iniciar um censo indígena, a fim de incluir os índios pernambucanos nos programas
sociais. A primeira da etnia a ser cadastrada seria a Aticum, uma das mais pobres do Estado.
Apesar de o convênio ter sido fechado ainda em outubro, o censo ainda não começou. "Nem
vai começar este ano. O dinheiro para esse cadastramento só vai entrar no orçamento do
próximo ano", afirmou Tânia Mota, assistente social da Funai.
Enquanto o dinheiro dos programas sociais não chega, o administrador substituto garante te
enviado um memorando à Presidência da fundação, solicitando a liberação da verba suficiente para a compra das 700 cestas básicas exigidas pelos aticum. "Os índios precisam ter um pouco de paciência e bom-senso, pois tudo vai se resolver", afirmou.
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