De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Bebê ianomâmi em risco

15/04/2009

Autor: Clarice Manhã

Fonte: A Crítica de Manaus



O Conselho Tutelar da Zona Centro-Sul protocoliza hoje no Ministério Público Estadual (MPE) pedido de suspensão do direito pátrio dos pais de uma criança ianomâmi, internada com hidrocefalia, tuberculose e pneumonia no Hospital Infantil Dr. Fajardo, na avenida Joaquim Nabuco, Centro. Três indígenas tentaram resgatar a menina na tarde de ontem, supostamente para sacrificá-la na tribo, mas a direção do hospital chamou a polícia. A Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) passou a noite no local.

A criança tem um ano e sete meses de idade, e está na área de isolamento do hospital há 20 dias, em estado grave. Ontem, o Conselho Tutelar realizou uma reunião com a direção do hospital e a mãe da criança, além de representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da ONG Cecoia, segundo informou o conselheiro Fábio Menezes.

"Com a ajuda de um intérprete, a mãe da paciente explicou que na tribo dela são as mulheres que fazem o trabalho pesado, e ela acha que se a filha crescer deficiente será discriminada porque não terá condições de contribuir com o grupo".

O Conselheiro disse que vai pedir ao MPE a anulação definitiva ou suspensão temporária da responsabilidade da família sobre a menina até que o tratamento seja concluído. "A criança corre risco, não pode sair do hospital neste momento. Fomos orientados pela Funai a respeitar a cultura indígena, e respeitamos. Mas a vida está em primeiro lugar", disse.

A reportagem de A CRÍTICA tentou contato com a Funai e com a coordenação estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), por meio da assessoria de comunicação, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição, às 23h.

Familiares na Casai
Um jovem ianomâmi de 20 anos, acompanhante da garota na internação, não confirmou a intenção de sacrificar a menina, e contou que seis indígenas a trouxeram do Município Santa Izabel do Rio Negro (683 quilômetros da capital), em janeiro deste ano, para buscar tratamento. "A mãe dela, que é minha prima tem dois filhos, de 10 e 7 anos, sem doenças. A garota já nasceu doente". Ele disse que o grupo está hospedado na Casa de Saúde do Índio (Casai), no km 25 da AM-010.
 

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