De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Índios querem desapropriar na força fazenda de vereador
13/02/2003
Autor: Ivo Gallindo
Fonte: Brasil Norte-Boa Vista-RR
Propriedade em que o macuxi Aldo Mota foi encontrado morto no início deste ano teve o acesso principal cercado por cerca de 60 indígenas
Cerca de 60 índios acamparam na entrada principal da fazenda Retiro. Nos detalhes, os locais onde cavaram uma vala para impedir o acesso de carros e construiram uma cerca
O clima na região do Mutum, em Uiramutã, continua tenso desde a morte do indígena macuxi Aldo da Silva Mota no início deste ano. A fazenda Retiro, onde o corpo dele foi encontrado, teve a entrada principal fechada por cerca de 60 indígenas, que exigem a retirada do proprietário, Chico Rodrigues (PDT), vereador daquele município. Cinco pessoas, entre elas três crianças, estão na propriedade impedidas de sair pelo portão da frente e também de receber mantimentos.
Liderados pelo tuxaua Ivaldo André, da comunidade Maturuca, os indígenas construíram dois barracões de lona, um malocão e uma pequena casa nas margens da rodovia estadual de acesso a vila do Mutum, exatamente na entrada da fazenda. Os índios cavaram uma vala para impedir a entrada de veículos e retiraram a primeira porteira, colocando uma cerca em seu lugar. A situação está mais delicada desde quinta-feira passada, data em que os caseiros da propriedade ficaram 'ilhados'.
Em entrevista na manhã de ontem, Ivaldo André informou que o acampamento em frente à fazenda Retiro visa evitar a saída de materiais e gado da propriedade. "Exigimos que o posseiro deixe o local o mais breve possível. Depois da morte de Aldo Mota não há nenhuma possibilidade de diálogo", enfatizou o tuxaua, salientando que ninguém entra ou sai pela entrada principal sem antes haver uma solução. "Não deixaremos o local, nem permitiremos que o vereador retorne".
Outro ponto apresentado pelo tuxaua é a existência de um laudo cadavérico preliminar do Instituto Médico Legal de Brasília constatando que o macuxi Aldo Mota teria sido assassinado com pelos menos um tiro de arma de fogo. "O crime aconteceu na fazenda e queremos ver os culpados punidos, além de ajuda à família dele que está passando necessidade", frisou Ivaldo André. Também declarou que os indígenas são contrários a qualquer tipo de indenização a Chico Rodrigues.
Disputa
O problema na localidade vem de antes da morte de Aldo Mota. Em 1999, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), entraram com ação judicial para retirada do fazendeiro. O argumento é de que estaria em terras da aldeia do Morro, situada a cerca de 15 quilômetros da Retiro. O caso esta sob judice. Formada pela etnia macuxi, a comunidade está na reserva demarcada Raposa/Serra do Sol, que aguarda agora a homologação do Governo Federal.
No mês de novembro do ano passado, os indígenas tentaram ocupar a fazenda. O clima tenso se arrastou por quase um mês e foi resolvido pela Justiça. Em audiência de conciliação no dia 17 de dezembro de 2002, na presença do juiz federal Boaventura João, o vereador e os índios se comprometeram a não esboçar qualquer atitude 'intimidativa' ou 'desrespeitosa', seja no campo pessoal ou patrimonial. O magistrado fixou multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento.
Cerca de 60 índios acamparam na entrada principal da fazenda Retiro. Nos detalhes, os locais onde cavaram uma vala para impedir o acesso de carros e construiram uma cerca
O clima na região do Mutum, em Uiramutã, continua tenso desde a morte do indígena macuxi Aldo da Silva Mota no início deste ano. A fazenda Retiro, onde o corpo dele foi encontrado, teve a entrada principal fechada por cerca de 60 indígenas, que exigem a retirada do proprietário, Chico Rodrigues (PDT), vereador daquele município. Cinco pessoas, entre elas três crianças, estão na propriedade impedidas de sair pelo portão da frente e também de receber mantimentos.
Liderados pelo tuxaua Ivaldo André, da comunidade Maturuca, os indígenas construíram dois barracões de lona, um malocão e uma pequena casa nas margens da rodovia estadual de acesso a vila do Mutum, exatamente na entrada da fazenda. Os índios cavaram uma vala para impedir a entrada de veículos e retiraram a primeira porteira, colocando uma cerca em seu lugar. A situação está mais delicada desde quinta-feira passada, data em que os caseiros da propriedade ficaram 'ilhados'.
Em entrevista na manhã de ontem, Ivaldo André informou que o acampamento em frente à fazenda Retiro visa evitar a saída de materiais e gado da propriedade. "Exigimos que o posseiro deixe o local o mais breve possível. Depois da morte de Aldo Mota não há nenhuma possibilidade de diálogo", enfatizou o tuxaua, salientando que ninguém entra ou sai pela entrada principal sem antes haver uma solução. "Não deixaremos o local, nem permitiremos que o vereador retorne".
Outro ponto apresentado pelo tuxaua é a existência de um laudo cadavérico preliminar do Instituto Médico Legal de Brasília constatando que o macuxi Aldo Mota teria sido assassinado com pelos menos um tiro de arma de fogo. "O crime aconteceu na fazenda e queremos ver os culpados punidos, além de ajuda à família dele que está passando necessidade", frisou Ivaldo André. Também declarou que os indígenas são contrários a qualquer tipo de indenização a Chico Rodrigues.
Disputa
O problema na localidade vem de antes da morte de Aldo Mota. Em 1999, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) e a Fundação Nacional do Índio (Funai), entraram com ação judicial para retirada do fazendeiro. O argumento é de que estaria em terras da aldeia do Morro, situada a cerca de 15 quilômetros da Retiro. O caso esta sob judice. Formada pela etnia macuxi, a comunidade está na reserva demarcada Raposa/Serra do Sol, que aguarda agora a homologação do Governo Federal.
No mês de novembro do ano passado, os indígenas tentaram ocupar a fazenda. O clima tenso se arrastou por quase um mês e foi resolvido pela Justiça. Em audiência de conciliação no dia 17 de dezembro de 2002, na presença do juiz federal Boaventura João, o vereador e os índios se comprometeram a não esboçar qualquer atitude 'intimidativa' ou 'desrespeitosa', seja no campo pessoal ou patrimonial. O magistrado fixou multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento.
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