De Povos Indígenas no Brasil
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Garimpeiros serão retirados da reserva
07/03/2003
Fonte: Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
Representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), Polícia Federal e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) vão se reunir em Brasília, no próximo dia 14, para acertar detalhes de uma nova operação para retirar garimpeiros que trabalham ilegalmente na reserva Yanomami em Roraima.
A decisão do Governo Federal em editar uma nova "Operação Yanomami" para desintrusão da área partiu após os índios entregarem um documento ao Ministério Público Federal, ao Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Defesa e Ministério da Justiça denunciando a invasão garimpeira.
O documento é resultado da assembléia anula do povo Yanomami realizado no dia 18 de fevereiro, quando 217 líderes de 41 aldeias estiveram reunidos. Eles relatam às autoridades brasileiras as inúmeras invasões de garimpeiros em suas terras e denunciam que a cada três dias um avião pousa em uma pista clandestina trazendo mais invasores, sem que passem por nenhum obstáculo.
Conforme informes divulgados pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), as invasões têm causado muita preocupação aos Yanomami, pois doenças estão sendo transmitidas e os índios mais jovens estão sendo incitados a fazer o que os garimpeiros pedem, muitos deles bebem e usam armas de fogo. "Nos últimos quatro meses, seis índios foram mortos e outros quatro foram feridos gravemente", informa o Cimi.
No dia 9 de dezembro de 2002, lideranças da aldeia Paapiú denunciaram à Funai a ocupação de suas terras. O documento relata todos os horários que os aviões pousavam na pista trazendo mais invasores.
No documento, o povo pede ações mais enérgicas do governo contra a presença de garimpeiros e fazendeiros em suas terras. "As autoridades devem retirar imediatamente os garimpeiros porque nós não queremos que as epidemias voltem a matar o nosso povo (...) e devem retirar também esses fazendeiros".
As lideranças Yanomami também denunciaram a presença dos quartéis do Exército nas aldeias Maturacá, Surucucu e Auaris e afirma que não concordam com a atuação dos militares em suas terras.
"Quando os militares quiserem fazer alguma coisa em nossas florestas, é necessário primeiro consultar todas as lideranças Yanomami. Nós nunca fomos consultados e é por isso que o comportamento dos militares em nossas terras é na maioria das vezes irresponsável, o lixo não é tratado adequadamente, é oferecida bebida alcoólica aos indígenas, são mantidas relações sexuais com as nossas mulheres e os garimpeiros não são retirados de nossas florestas", relata o documento.
Perto das aldeias há dois pelotões de fronteira do Exército e instalações do Serviço de Vigilância da Amazônia (Sivam). Os índios afirmam que há garimpeiros brasileiros e outros que entram no país vindos da Venezuela.
"O número de garimpeiros está aumentando nas regiões do Paapiú, Ericó, Parafuri, Yawarata, Alto Catrimani e Waikás. Não queremos que as epidemias voltem a matar nosso povo. Fazendeiros também estão em nossa floresta, na região de Ajarani. Nós estamos muito revoltados porque esses fazendeiros estão dando bebida alcoólica para os ianomâmi", afirma outro trecho do documento assinado pelas lideranças.
A decisão do Governo Federal em editar uma nova "Operação Yanomami" para desintrusão da área partiu após os índios entregarem um documento ao Ministério Público Federal, ao Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Defesa e Ministério da Justiça denunciando a invasão garimpeira.
O documento é resultado da assembléia anula do povo Yanomami realizado no dia 18 de fevereiro, quando 217 líderes de 41 aldeias estiveram reunidos. Eles relatam às autoridades brasileiras as inúmeras invasões de garimpeiros em suas terras e denunciam que a cada três dias um avião pousa em uma pista clandestina trazendo mais invasores, sem que passem por nenhum obstáculo.
Conforme informes divulgados pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), as invasões têm causado muita preocupação aos Yanomami, pois doenças estão sendo transmitidas e os índios mais jovens estão sendo incitados a fazer o que os garimpeiros pedem, muitos deles bebem e usam armas de fogo. "Nos últimos quatro meses, seis índios foram mortos e outros quatro foram feridos gravemente", informa o Cimi.
No dia 9 de dezembro de 2002, lideranças da aldeia Paapiú denunciaram à Funai a ocupação de suas terras. O documento relata todos os horários que os aviões pousavam na pista trazendo mais invasores.
No documento, o povo pede ações mais enérgicas do governo contra a presença de garimpeiros e fazendeiros em suas terras. "As autoridades devem retirar imediatamente os garimpeiros porque nós não queremos que as epidemias voltem a matar o nosso povo (...) e devem retirar também esses fazendeiros".
As lideranças Yanomami também denunciaram a presença dos quartéis do Exército nas aldeias Maturacá, Surucucu e Auaris e afirma que não concordam com a atuação dos militares em suas terras.
"Quando os militares quiserem fazer alguma coisa em nossas florestas, é necessário primeiro consultar todas as lideranças Yanomami. Nós nunca fomos consultados e é por isso que o comportamento dos militares em nossas terras é na maioria das vezes irresponsável, o lixo não é tratado adequadamente, é oferecida bebida alcoólica aos indígenas, são mantidas relações sexuais com as nossas mulheres e os garimpeiros não são retirados de nossas florestas", relata o documento.
Perto das aldeias há dois pelotões de fronteira do Exército e instalações do Serviço de Vigilância da Amazônia (Sivam). Os índios afirmam que há garimpeiros brasileiros e outros que entram no país vindos da Venezuela.
"O número de garimpeiros está aumentando nas regiões do Paapiú, Ericó, Parafuri, Yawarata, Alto Catrimani e Waikás. Não queremos que as epidemias voltem a matar nosso povo. Fazendeiros também estão em nossa floresta, na região de Ajarani. Nós estamos muito revoltados porque esses fazendeiros estão dando bebida alcoólica para os ianomâmi", afirma outro trecho do documento assinado pelas lideranças.
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