De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Xavantes querem saída de administradora da Funai em Primavera do Leste para mecanizar lavouras
28/09/2009
Autor: Thiago Foresti
Fonte: TV Centro América - http://rmtonline.globo.com/noticias.asp?em=2&n=463466&p=2&Tipo=
Atual administração é contra e diz que modernização pode favorecer desmatamento
Thiago Foresti, redação site TVCA
A Funai e os índios da etnia Xavante na região de Primavera do Leste travam uma batalha ideológica de difícil resolução. Por um lado os índios reivindicam melhorias nas lavouras, querem mecanizar e produzir mais. "Temos 600 crianças com fome que precisam ser alimentadas", diz o cacique Domingos Mahoroeo. Do outro lado está a crescente preocupação ambiental com o desmatamento. Para a atual administradora do órgão em Primavera, Isabel Pereira Teixeira Campos, os índios querem entrar na lógica do agronegócio e com isso desmatar a própria terra. "Eles podem fazer isso, podem chamar fazendeiros e firmar acordos, mas não com minha assinatura".
Fome versus meio ambiente. É esse o impasse. Para o cacique Domingos, a atual administradora não tem familiaridade com a causa indígena e por isso não tem competência para decidir. "Ela só conhece índio de ouvir falar", afirma o cacique. Ele acusa a administradora de despachar de Brasília desde junho deste ano. "Ela deveria estar aqui, em Mato Grosso, não lá em Brasília". Isabel se defende dizendo que estava de férias e trabalha na capital desde então por conta de relatórios referentes a própria rotina da Funai. "Parte dessas acusações são por eu ser mulher, ter um metro e meio e pesar 40 kg. Eles tem dificuldade de assimilar isso, de que uma mulher pode exercer o cargo de chefia. Isso é típico dos xavantes".
Por telefone de Brasília, Isabel disse ao site TVCA que não cabe a ela autorizar ou não o uso de lavoura mecanizada em aldeias indígenas. "Não posso passar em cima do Ministério Público ou o Ibama, e a orientação geral é para não se plantar dessa forma em áreas indígenas". Edilson José de Figueiredo, reivindicado pelos índios para assumir o cargo, diz que Isabel não diz a verdade: "Cabe a ela sim. Quem faz a administração é ela. Ministério Público não tem nada a ver", afirmou pelo telefone.
Edilson atualmente trabalha como assessor parlamentar do senador Gilberto Gueller (DEM), mas já trabalhou no cargo de junho de 200 outubro de 2003. Ele tem o segundo grau incompleto, trabalhou nove anos no Banco do Brasil, três como agente ambiental do Ibama e sete na Funai, primeiro como chefe do posto indígena na Ilha do Bananal, depois chefe de serviços administrativos de Goiania e por último como administrador de Primavera. Já Isabel é formada em história pela PUC de Goias, é professora aposentada, com pós-graduação em educação e diversos trabalhos em movimentos sociais. É a primeira vez que assume um cargo ligado diretamente aos indígenas.
Thiago Foresti, redação site TVCA
A Funai e os índios da etnia Xavante na região de Primavera do Leste travam uma batalha ideológica de difícil resolução. Por um lado os índios reivindicam melhorias nas lavouras, querem mecanizar e produzir mais. "Temos 600 crianças com fome que precisam ser alimentadas", diz o cacique Domingos Mahoroeo. Do outro lado está a crescente preocupação ambiental com o desmatamento. Para a atual administradora do órgão em Primavera, Isabel Pereira Teixeira Campos, os índios querem entrar na lógica do agronegócio e com isso desmatar a própria terra. "Eles podem fazer isso, podem chamar fazendeiros e firmar acordos, mas não com minha assinatura".
Fome versus meio ambiente. É esse o impasse. Para o cacique Domingos, a atual administradora não tem familiaridade com a causa indígena e por isso não tem competência para decidir. "Ela só conhece índio de ouvir falar", afirma o cacique. Ele acusa a administradora de despachar de Brasília desde junho deste ano. "Ela deveria estar aqui, em Mato Grosso, não lá em Brasília". Isabel se defende dizendo que estava de férias e trabalha na capital desde então por conta de relatórios referentes a própria rotina da Funai. "Parte dessas acusações são por eu ser mulher, ter um metro e meio e pesar 40 kg. Eles tem dificuldade de assimilar isso, de que uma mulher pode exercer o cargo de chefia. Isso é típico dos xavantes".
Por telefone de Brasília, Isabel disse ao site TVCA que não cabe a ela autorizar ou não o uso de lavoura mecanizada em aldeias indígenas. "Não posso passar em cima do Ministério Público ou o Ibama, e a orientação geral é para não se plantar dessa forma em áreas indígenas". Edilson José de Figueiredo, reivindicado pelos índios para assumir o cargo, diz que Isabel não diz a verdade: "Cabe a ela sim. Quem faz a administração é ela. Ministério Público não tem nada a ver", afirmou pelo telefone.
Edilson atualmente trabalha como assessor parlamentar do senador Gilberto Gueller (DEM), mas já trabalhou no cargo de junho de 200 outubro de 2003. Ele tem o segundo grau incompleto, trabalhou nove anos no Banco do Brasil, três como agente ambiental do Ibama e sete na Funai, primeiro como chefe do posto indígena na Ilha do Bananal, depois chefe de serviços administrativos de Goiania e por último como administrador de Primavera. Já Isabel é formada em história pela PUC de Goias, é professora aposentada, com pós-graduação em educação e diversos trabalhos em movimentos sociais. É a primeira vez que assume um cargo ligado diretamente aos indígenas.
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