De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Segredos ianomâmis no Festival de Sundance
09/12/2009
Autor: Carlos Augusto Brandão
Fonte: Gazeta do Povo - http://migre.me/dRvx
Rio de Janeiro - Secrets of the Tribe, novo filme de José Padilha, é o representante brasileiro na Documentário Mundial, uma das mais prestigiadas mostras do Festival de Sundance, que acontece em Park City de 21 a 31 de janeiro próximo.
A ligação com o festival já vem de longe, desde a edição 2000, quando Os Carvoeiros, que Padilha produziu naquele ano, participou do evento a convite de Geoffrey Gilmore, então diretor do Sundance. O filme, dirigido pelo inglês Nigel Noble sobre a vida miserável das pessoas que trabalham na extração do carvão vegetal no Centro-Oeste, concorreu ao prêmio latino americano na mostra Cinema Mundial, mais restrita à ficção.
Em 2003, Padilha retornou ao Sundance com Ônibus 174, um dos filmes que inaugurou a Documentário Mundial, competição criada pelo Sundance para prestigiar e apoiar os docs estrangeiros. O filme causou um grande impacto. Além de todos os aspectos impressionantes do episódio, o público do Sundance não tinha um conhecimento prévio da história, o que aumentou em muito o suspense quanto ao desfecho do filme.
Secrets of the Tribe - selecionado para a mesma mostra - investiga o escândalo e uma suposta disputa acadêmica na comunidade antropológica com relação à exploração de índios e tribos indígenas na Bacia Amazônica. Padilha rodou o longa na própria Amazônia e entrevistou índios alvos de pesquisas pouco éticas realizadas por antropólogos franceses.
Com o filme, Padilha volta ao tema de trabalhos anteriores que, ao levantar problemas reais, buscam a reflexão e o debate pela sociedade e cujo maior exemplo é sem dúvida Tropa de Elite, Urso de Ouro na Berlinale 2008.
Satisfeito com a inclusão de Secrets of the Tribe - numa seleção apertada, o título é um dos 12 escolhidos entre 782 submissões -, Padilha conversou com a Gazeta do Povo sobre o filme, a receptividade que espera do público independente e as expectativas de retorno.
Como é voltar ao Sundance competindo na mostra Doc Mundial?
Adoro o Sundance. Além de ser um grande festival, é um ambiente superbacana, onde sempre encontro muitos amigos documentaristas, é um prazer ter meu filme lá novamente.
Qual o cerne de Secrets of the Tribe?
É um filme falado em muitas línguas (inglês, espanhol, italiano, francês e a dos ianomâmis), que trata de maneira crítica a Antropologia, analisando as pesquisas, os debates e os escândalos que envolveram e ainda continuam envolvendo a etnografia dos índios ianomâmis da Venezuela.
Qual a receptividade e que questões imagina deverão ser levantadas sobre o filme nos debates em Sundance?
Com Os Carvoeiros precisei dar muitas explicações sobre as agressões ao meio ambiente e ao trabalho semi-escravo mostrado no documentário. Ônibus 174 suscitou uma grande curiosidade sobre por que a tragédia não conseguiu ser evitada. Para mim a receptividade a Secrets of the Tribe é ainda uma incógnita, porque este filme é bastante contra-intuitivo e diferente dos outros que já fiz.
Como você vê o espaço privilegiado que o Sundance vem dando aos documentários?
Vejo de uma forma muito positiva. Documentários exercem uma função importante porque são filmes que representam ocorrências do mundo objetivo com verossimilhança: a própria palavra já traz implícita uma conotação com a verdade.
Qual a expectativa de retorno após o lançamento em Park City?
O Sundance é inegavelmente uma vitrine para os diretores independentes. Participar da Documentário Mundial representa um passo importante na carreira do filme e no aumento das possibilidades de sua exibição mundo afora.
Seu trabalho tem se pautado pela linha do debate e da reflexão. Você destacaria algum ponto diferente neste filme?
É o primeiro filme que faço fora do Brasil, e que envolve um assunto que ainda não tratei e sempre me interessou: a filosofia da ciência.
A ligação com o festival já vem de longe, desde a edição 2000, quando Os Carvoeiros, que Padilha produziu naquele ano, participou do evento a convite de Geoffrey Gilmore, então diretor do Sundance. O filme, dirigido pelo inglês Nigel Noble sobre a vida miserável das pessoas que trabalham na extração do carvão vegetal no Centro-Oeste, concorreu ao prêmio latino americano na mostra Cinema Mundial, mais restrita à ficção.
Em 2003, Padilha retornou ao Sundance com Ônibus 174, um dos filmes que inaugurou a Documentário Mundial, competição criada pelo Sundance para prestigiar e apoiar os docs estrangeiros. O filme causou um grande impacto. Além de todos os aspectos impressionantes do episódio, o público do Sundance não tinha um conhecimento prévio da história, o que aumentou em muito o suspense quanto ao desfecho do filme.
Secrets of the Tribe - selecionado para a mesma mostra - investiga o escândalo e uma suposta disputa acadêmica na comunidade antropológica com relação à exploração de índios e tribos indígenas na Bacia Amazônica. Padilha rodou o longa na própria Amazônia e entrevistou índios alvos de pesquisas pouco éticas realizadas por antropólogos franceses.
Com o filme, Padilha volta ao tema de trabalhos anteriores que, ao levantar problemas reais, buscam a reflexão e o debate pela sociedade e cujo maior exemplo é sem dúvida Tropa de Elite, Urso de Ouro na Berlinale 2008.
Satisfeito com a inclusão de Secrets of the Tribe - numa seleção apertada, o título é um dos 12 escolhidos entre 782 submissões -, Padilha conversou com a Gazeta do Povo sobre o filme, a receptividade que espera do público independente e as expectativas de retorno.
Como é voltar ao Sundance competindo na mostra Doc Mundial?
Adoro o Sundance. Além de ser um grande festival, é um ambiente superbacana, onde sempre encontro muitos amigos documentaristas, é um prazer ter meu filme lá novamente.
Qual o cerne de Secrets of the Tribe?
É um filme falado em muitas línguas (inglês, espanhol, italiano, francês e a dos ianomâmis), que trata de maneira crítica a Antropologia, analisando as pesquisas, os debates e os escândalos que envolveram e ainda continuam envolvendo a etnografia dos índios ianomâmis da Venezuela.
Qual a receptividade e que questões imagina deverão ser levantadas sobre o filme nos debates em Sundance?
Com Os Carvoeiros precisei dar muitas explicações sobre as agressões ao meio ambiente e ao trabalho semi-escravo mostrado no documentário. Ônibus 174 suscitou uma grande curiosidade sobre por que a tragédia não conseguiu ser evitada. Para mim a receptividade a Secrets of the Tribe é ainda uma incógnita, porque este filme é bastante contra-intuitivo e diferente dos outros que já fiz.
Como você vê o espaço privilegiado que o Sundance vem dando aos documentários?
Vejo de uma forma muito positiva. Documentários exercem uma função importante porque são filmes que representam ocorrências do mundo objetivo com verossimilhança: a própria palavra já traz implícita uma conotação com a verdade.
Qual a expectativa de retorno após o lançamento em Park City?
O Sundance é inegavelmente uma vitrine para os diretores independentes. Participar da Documentário Mundial representa um passo importante na carreira do filme e no aumento das possibilidades de sua exibição mundo afora.
Seu trabalho tem se pautado pela linha do debate e da reflexão. Você destacaria algum ponto diferente neste filme?
É o primeiro filme que faço fora do Brasil, e que envolve um assunto que ainda não tratei e sempre me interessou: a filosofia da ciência.
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