De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Notícias

Oficina define plano de gestão de terra indígena Kaxinawá

22/01/2010

Fonte: O Rio Branco - http://www.oriobranco.net/noticia.php?id=2054




Com informações, Comissão Pró índio

A Comissão Pró-Índio do Acre (CPI/AC) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA) realizaram, entre os dias 15 e 18 de janeiro, a Oficina de Elaboração do Plano de Gestão Territorial e Ambiental da Terra Indígena Kaxinawá da Colônia 27. O evento aconteceu na aldeia Pinuya, no município de Tarauacá.

Durante a oficina, foram recolhidas informações sobre a aldeia através de textos, desenhos e apresentações orais feitos pelos indígenas. Para isso, trabalharam-se temáticas como saúde, educação, cultura, recursos florestais, criação de animais, entre outras. Participaram da oficina o professor, o agente de saúde, a liderança e a vice-liderança, o agente agroflorestal, estudantes, artesãs, pajés e demais moradores.

Os dados obtidos irão compor o Plano de Gestão Territorial e Ambiental, documento que contém os problemas de uma terra indígena com base nas temáticas trabalhadas nas oficinas, reivindicações de soluções para esses problemas, bem como acordos e intenções entre os moradores, visando uma melhor gestão do território.

"Nesses dias discutimos coisas importantes para a nossa terra. Com o documento pronto, vamos bater na porta das entidades financiadoras e dos governos para cobrarmos melhorias para a comunidade. Estamos com um projeto de termos uma vida melhor e fortalecer o que é nosso", afirmou Assis Gomes Kaxinawá, liderança da aldeia.

A Terra Indígena Kaxinawá da Colônia 27 é a menor do estado (305 hectares) e possui alguns problemas, como a pouca quantidade de recursos naturais por estar rodeada de fazendas; dificuldade de acesso à cidade no período das chuvas devido a não pavimentação do ramal; este último problema influencia na saúde e na educação, devido à dificuldade de se chegar ao hospital e à escola do município; entre outros.

Para Manuel Gomes, morador da aldeia, o principal problema da terra indígena é o seu pouco espaço. "As famílias estão crescendo e só 300 herctares de terra nos deixa preocupado com o futuro. A falta de pavimentação do ramal é outro grande problema que enfrentamos. Alguns antropólogos nos ajudaram em um projeto para o asfaltamento, em 2001, e até hoje nada aconteceu", disse.

As informações obtidas durante a oficina serão sistematizadas e reunidas para comporem o Plano de Gestão Territorial e Ambiental da Terra Indígena Kaxinawá da Colônia 27. Depois, professores indígenas traduzirão o documento para a língua Hãtxa Kui, do povo Kaxinawá. O próximo e último passo é transformar o documento em um livro bilíngüe, ou seja, na língua portuguesa e na língua indígena.

"O plano vai trazer um benefício positivo porque, passado o nosso pensamento para o papel, fica fácil elaborar projetos e apresentar para as instituições financiadoras e para os governos que quiserem contribuir com o que foi solicitado", conclui Manoel.
 

As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.