De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias

Polícia prende garimpeiro acusado de matar servidor da Funai há seis anos

09/04/2010

Autor: Nonato Sousa

Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/




O garimpeiro Ademi Souza Costa, apelidado de Muito Doido e também de Goiano, que era considerado foragido da polícia desde fevereiro de 2004, quando foi apontado como principal suspeito do assassinato do servidor da Funai (Fundação da Nacional do Índio) Valdes Martinho Lima, 39, foi preso ontem no Centro de Boa Vista por policiais federais da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado.

A prisão dele foi em cumprimento a mandado preventivo da Justiça Federal, decretado pouco tempo após o crime, devido ao mesmo ter fugido. O superintendente da Polícia Federal, Herbert Gasparini, concedeu entrevista coletiva ontem à tarde, para falar da prisão do suspeito e disse que era "questão de honra" prender Ademi. Informou que desde a época do crime a PF realizava investigação através do seu setor de inteligência para chegar ao fugitivo, mas ele se mostrava esperto, vivia escondido em área de floresta do Estado e na Venezuela e nestes seis anos, veio poucas vezes à Capital.

Mesmo na época do assassinato, foi solicitada ao consulado venezuelano a colaboração da polícia daquele país, para tentar prendê-lo, mas isso não ocorreu. Diante da dificuldade, o nome de Ademi foi incluso no rol de procurados da Interpol (Polícia Internacional), mas nem assim ele chegou a ser localizado.

Ontem, os policiais da delegacia de combate ao crime organizado, descobriram que o mesmo estava na cidade e conseguiram pegar o fugitivo de surpresa. Ele ainda tentou evitar a prisão ao tentar se passar por outra pessoa. Na ocasião, o garimpeiro negou que se chamasse Ademi e deu o nome de Lucas, mas logo sua farsa foi desmascarada e ele ainda foi preso em flagrante por crime de falsidade ideológica.

Ademi foi conduzido à sede da Superintendência da Polícia Federal, onde prestou termo de interrogatório sobre a acusação de ter atirado contra o servidor da Funai, mas ele negou o crime, embora, de acordo com o superintendente, as provas testemunhas os incriminam.

CASO - Conforme dados da PF e informações divulgadas à época do crime pela Folha, Ademi atuava ilegalmente no garimpo dentro da terra indígena Yanomami. Os índios denunciaram a exploração do minério e uma equipe de agentes da Funai foi à região de Paapiu para checar a denúncia. O grupo de servidores era liderado pelo chefe operacional da Funai, Valdes Marinho Lima, e quando os agentes chegaram ao ponto indicado, foram recebidos a tiros. Valdes foi atingido com um tiro de espingarda e morreu em seguida. Os colegas dele conseguiram fugir com medo de também serem mortos.

A Polícia Federal foi para a região e prendeu alguns garimpeiros que estavam com Ademi, mas ele conseguiu fugir. Durante a investigação a polícia apurou que Ademi teria sido o autor do tiro que atingiu o servidor da Funai, porém ele nunca tinha sido pego para esclarecer. O que só ocorreu agora, mas ele negou que tivesse atirado contra Valdes.

Ainda ontem, após a conclusão do procedimento policial, Ademi seria levado para fazer exame de integridade física no IML e depois deveria ser entregue na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde deve ficar à disposição da Justiça Federal.

http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=83866
 

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