De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Lideranças indígenas ameaçam partir para a violência, caso sejam registradas mortes por falta de assistência médica
21/06/2010
Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
Aproximadamente 120 índios protestaram ontem pela manhã, em frente à Fundação Nacional de Saúde (Funasa), contra a suspensão de voos para a terra indígena Yanomami. A medida se restringe às pistas não registradas junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), mas atinge 7 mil indígenas espalhados em 150 comunidades.
Na semana passada, a Anac autuou pela terceira vez a empresa que presta serviço aéreo à Funasa, por pousar em 34 pistas não-homologadas, mesmo que seja para levar atendimento de saúde aos índios. A empresa recebeu uma multa de R$ 12 mil e foi advertida que, em caso de reincidência, teria a licença para voar cassada. Além destas, a empresa pousa em 71 pistas registradas. Cada hora de voo custa R$ 1.074,00.
Pintados, carregando adereços indígenas e dançando em frente ao prédio da instituição, os Yanomami deram o ultimato. "Somos guerreiros, não temos medo de polícia. Queremos o retorno dos voos. E se mais um índio morrer, vai ter morte de branco também", dizia um dos indígenas em cima de um carro de som.
A morte a que se referia seria a de um indígena da região de Tootobi, que teria morrido na segunda-feira passada de malária, por falta de voo para vir a Boa Vista a fim de receber atendimento médico. A Funasa nega que tenha ocorrido qualquer morte por falta de atendimento.
Anselmo Yanomami, membro da Hutukara Associação Yanomami, disse que aguarda o retorno imediato dos voos à reserva. Na hipótese de isso não ocorrer, prometeu um protesto surpresa, sem entrar em detalhes da forma como será executado.
A manifestação ocorreu sob o olhar do administrador da Funasa, Marcelo Lopes, que a reconheceu como legítima. "No entanto, não há falta de atenção à saúde em nenhuma localidade, não tem nenhuma localidade sem equipe de saúde, sem medicamento, e a gente tem buscado voos emergenciais aeromédicos [os que se limitam a transportar apenas pacientes. Estamos contando com uma operação urgente de helicóptero [vindo do Amazonas], trocando equipes de saúde, fazendo tudo o que pode ser feito", explicou Lopes.
Ele acrescentou que tentou uma autorização excepcional para serviço de saúde em terra indígena, mas que o pedido foi negado pela Anac. Ainda recorreu às Forças Armadas, que também teriam informado quanto à impossibilidade de pilotar aeronaves civis, já que as militares não têm condições de pouso nas localidades. Outra opção buscada pela Funasa é o apoio da Defesa Civil, que dispõe de helicópteros, por meio da Missão de Misericórdia.
Procurada pela Folha, a Anac disse que as pistas em questão estão em processo homologatório, mas que isso demanda tempo. Porém, frisou que até lá, a empresa que presta serviço aéreo à Funasa só deve pousar em pistas registradas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) não quis se pronunciar sobre o assunto.
http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=88716
Na semana passada, a Anac autuou pela terceira vez a empresa que presta serviço aéreo à Funasa, por pousar em 34 pistas não-homologadas, mesmo que seja para levar atendimento de saúde aos índios. A empresa recebeu uma multa de R$ 12 mil e foi advertida que, em caso de reincidência, teria a licença para voar cassada. Além destas, a empresa pousa em 71 pistas registradas. Cada hora de voo custa R$ 1.074,00.
Pintados, carregando adereços indígenas e dançando em frente ao prédio da instituição, os Yanomami deram o ultimato. "Somos guerreiros, não temos medo de polícia. Queremos o retorno dos voos. E se mais um índio morrer, vai ter morte de branco também", dizia um dos indígenas em cima de um carro de som.
A morte a que se referia seria a de um indígena da região de Tootobi, que teria morrido na segunda-feira passada de malária, por falta de voo para vir a Boa Vista a fim de receber atendimento médico. A Funasa nega que tenha ocorrido qualquer morte por falta de atendimento.
Anselmo Yanomami, membro da Hutukara Associação Yanomami, disse que aguarda o retorno imediato dos voos à reserva. Na hipótese de isso não ocorrer, prometeu um protesto surpresa, sem entrar em detalhes da forma como será executado.
A manifestação ocorreu sob o olhar do administrador da Funasa, Marcelo Lopes, que a reconheceu como legítima. "No entanto, não há falta de atenção à saúde em nenhuma localidade, não tem nenhuma localidade sem equipe de saúde, sem medicamento, e a gente tem buscado voos emergenciais aeromédicos [os que se limitam a transportar apenas pacientes. Estamos contando com uma operação urgente de helicóptero [vindo do Amazonas], trocando equipes de saúde, fazendo tudo o que pode ser feito", explicou Lopes.
Ele acrescentou que tentou uma autorização excepcional para serviço de saúde em terra indígena, mas que o pedido foi negado pela Anac. Ainda recorreu às Forças Armadas, que também teriam informado quanto à impossibilidade de pilotar aeronaves civis, já que as militares não têm condições de pouso nas localidades. Outra opção buscada pela Funasa é o apoio da Defesa Civil, que dispõe de helicópteros, por meio da Missão de Misericórdia.
Procurada pela Folha, a Anac disse que as pistas em questão estão em processo homologatório, mas que isso demanda tempo. Porém, frisou que até lá, a empresa que presta serviço aéreo à Funasa só deve pousar em pistas registradas. A Fundação Nacional do Índio (Funai) não quis se pronunciar sobre o assunto.
http://www.folhabv.com.br/Noticia_Impressa.php?id=88716
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