De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
'Comida de branco' está afetando o estado nutricional de índios
05/01/2011
Fonte: Dourados News - http://www.douradosnews.com.br/
Ainda existem grupos indígenas que fazem uso de modos tradicionais, como a caça e a agricultura, para gerir sua alimentação. Porém, muitos não dispõem mais de terra suficiente que garanta a sua subsistência, por isso, estão se tornando dependentes do comércio da civilização urbana, consumindo alimentos industrializados que podem ser prejudiciais à sua saúde bucal e ao seu estado nutricional.
No estudo, "População indígena: uma reflexão sobre a influência da civilização urbana no estado nutricional e na saúde bucal", publicado na edição de junho de 2010 da Revista de Nutrição, pesquisadores das Faculdades de Odontologia e de Nutrição, da Universidade Federal de Santa Catarina, identificaram a influência da transição alimentar nos índios, devido ao contato com a civilização urbana.
"Além do abandono às práticas tradicionais de cultivo, que no passado contribuíam para a diversidade dos alimentos consumidos, eles estão expostos a transformações socioeconômicas, o que os coloca em situação de alta vulnerabilidade diante dos problemas de ordem alimentar, nutricional e de saúde bucal", afirmam no artigo.
Os pesquisadores citam estudos que comprovam os efeitos da transição cultural e alimentar no estado nutricional de indígenas. Na comunidade indígena Xavante, do Brasil Central, por exemplo, onde foram avaliados 549 índios, aproximadamente um terço das crianças apresentou médias de estatura e peso baixas para a idade, revelando um quadro de desnutrição na infância. E, em relação aos adultos, 70% apresentaram um aumento nas frequências de sobrepeso e obesidade. "Essa coexistência de formas distintas de má-nutrição aponta para questões ecológicas e socioeconômicas relevantes, em particular no que tange à sustentabilidade alimentar", esclarecem os pesquisadores.
Em relação aos danos para a saúde bucal, o estudo mostra que o açúcar, presente em muitos alimentos industrializados, é um dos maiores vilões. Além disso, mudanças no preparo dos alimentos, sendo consumidos cozidos, tornando-os moles e adesivos, teriam facilitado o acúmulo de placa bacteriana nos dentes, elevando o potencial cariogênico e contribuindo para evolução da doença periodontal.
"Povos de tribos isoladas na mata e submetidos a uma alimentação sem contato com o açúcar e com uma dieta baseada na caça e na coleta de frutos e raízes silvestres costumam apresentar prevalência mínima de cárie. Já o contato com a civilização brasileira ocidentalizada e com seus hábitos alimentares tem produzido um efeito devastador sobre a dentição desses povos", explicam.
O estudo mostra ainda que as mudanças culturais e no padrão alimentar não acompanham o nível social e econômico dessas populações. Com isso, as consequências para a sua saúde, como desordens nutricionais e desenvolvimento de doenças bucais, se tornam maiores.
Agência Notisa
http://www.douradosnews.com.br/leitura.php?id=344&anoMat=2011
No estudo, "População indígena: uma reflexão sobre a influência da civilização urbana no estado nutricional e na saúde bucal", publicado na edição de junho de 2010 da Revista de Nutrição, pesquisadores das Faculdades de Odontologia e de Nutrição, da Universidade Federal de Santa Catarina, identificaram a influência da transição alimentar nos índios, devido ao contato com a civilização urbana.
"Além do abandono às práticas tradicionais de cultivo, que no passado contribuíam para a diversidade dos alimentos consumidos, eles estão expostos a transformações socioeconômicas, o que os coloca em situação de alta vulnerabilidade diante dos problemas de ordem alimentar, nutricional e de saúde bucal", afirmam no artigo.
Os pesquisadores citam estudos que comprovam os efeitos da transição cultural e alimentar no estado nutricional de indígenas. Na comunidade indígena Xavante, do Brasil Central, por exemplo, onde foram avaliados 549 índios, aproximadamente um terço das crianças apresentou médias de estatura e peso baixas para a idade, revelando um quadro de desnutrição na infância. E, em relação aos adultos, 70% apresentaram um aumento nas frequências de sobrepeso e obesidade. "Essa coexistência de formas distintas de má-nutrição aponta para questões ecológicas e socioeconômicas relevantes, em particular no que tange à sustentabilidade alimentar", esclarecem os pesquisadores.
Em relação aos danos para a saúde bucal, o estudo mostra que o açúcar, presente em muitos alimentos industrializados, é um dos maiores vilões. Além disso, mudanças no preparo dos alimentos, sendo consumidos cozidos, tornando-os moles e adesivos, teriam facilitado o acúmulo de placa bacteriana nos dentes, elevando o potencial cariogênico e contribuindo para evolução da doença periodontal.
"Povos de tribos isoladas na mata e submetidos a uma alimentação sem contato com o açúcar e com uma dieta baseada na caça e na coleta de frutos e raízes silvestres costumam apresentar prevalência mínima de cárie. Já o contato com a civilização brasileira ocidentalizada e com seus hábitos alimentares tem produzido um efeito devastador sobre a dentição desses povos", explicam.
O estudo mostra ainda que as mudanças culturais e no padrão alimentar não acompanham o nível social e econômico dessas populações. Com isso, as consequências para a sua saúde, como desordens nutricionais e desenvolvimento de doenças bucais, se tornam maiores.
Agência Notisa
http://www.douradosnews.com.br/leitura.php?id=344&anoMat=2011
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