De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Funai anuncia operação para retirar invasores
26/02/2004
Fonte: Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR
A morte do servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio), Valdes Marinho Lima, 39, índio da etnia Xerente, resultou na imediata ação para dar início a uma operação de retirada de invasores da reserva indígena yanomami, localizada entre Roraima e Amazonas.
A informação foi divulgada ontem no site do Ministério da Justiça. Segundo a informação, o administrador da Funai em Boa Vista, Martinho Alves, reuniu-se com o coordenador da Operação Especial de Fronteira da Polícia Federal de Roraima, Mauro Spósito, quando planejaram uma operação de emergência para expulsar todos os invasores da terra indígena.
Conforme Martinho, somente na região do conflito, existem cerca de 50 garimpeiros em atividade ilegal. A operação começou ontem e conta com 20 agentes da Polícia Federal e 10 servidores da Funai.
O agente da Funai foi morto a tiros supostamente por garimpeiros que trabalhavam ilegalmente no rio Couto Magalhães, dentro da reserva, próximo à região da maloca Paapiu, noroeste de Roraima.
Valdes e outros membros da equipe investigavam a presença de garimpeiros dentro da terra indígena, denunciada por líderes Yanomami durante Assembléia Geral dos Tuxauas, realizada pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), no mês passado.
Segundo a Funai, em Brasília, a entrada de garimpeiros na área requer "enormes gastos efetuados com as necessárias operações de extrusão, implosão de pistas de pouso clandestinas, entre outros".
O órgão cita as pistas conhecidas como Hélio, Chico Veloso e Raimundinho, dinamitadas em dezembro passado, as quais já foram recuperadas pelos garimpeiros, o que demandará novos gastos para inutilizá-las novamente.
"Para os Yanomami, os malefícios são maiores: destroem hábitos culturais milenares, disseminam doenças venéreas, alcoolismo e a prostituição entre a comunidade indígena. Além disso, provocam a poluição dos rios e lagos onde promovem a garimpagem, deixando em suas águas o mercúrio usado, o que tem provocado doenças e mortes entre aqueles índios", informa a Funai.
ASSASSINATO - Na versão divulgada oficialmente pelo Ministério da Justiça, a equipe da Funai, composta de sete servidores, chegou ao local onde se encontravam os garimpeiros, por volta das 18h do dia 22, e foram recebidos a tiros por garimpeiros fortemente armados.
Os servidores revidaram, fazendo com que os garimpeiros fugissem, abandonando a draga onde trabalhavam. No dia seguinte, segunda-feira, por volta das 7h, os servidores que tinham permanecido na draga apreendida, foram atacados pelos garimpeiros, que portavam armas de grosso calibre ocasião em que o servidor Valdes, que fazia a guarda, levou um tiro na região do tórax, disparado de espingarda calibre 12mm, falecendo em seguida.
Pegos de surpresa, os outros servidores, seis ao todo, fugiram para a maloca Paapiu, em busca de socorro, de onde fizeram contato com o administrador da Funai em Boa Vista, Martinho Alves. O corpo de Valdes foi resgatado, na tarde de terça-feira, por agentes da Polícia Federal, e conduzido ao Instituto Médico Legal de Boa Vista. (J.S.)
A informação foi divulgada ontem no site do Ministério da Justiça. Segundo a informação, o administrador da Funai em Boa Vista, Martinho Alves, reuniu-se com o coordenador da Operação Especial de Fronteira da Polícia Federal de Roraima, Mauro Spósito, quando planejaram uma operação de emergência para expulsar todos os invasores da terra indígena.
Conforme Martinho, somente na região do conflito, existem cerca de 50 garimpeiros em atividade ilegal. A operação começou ontem e conta com 20 agentes da Polícia Federal e 10 servidores da Funai.
O agente da Funai foi morto a tiros supostamente por garimpeiros que trabalhavam ilegalmente no rio Couto Magalhães, dentro da reserva, próximo à região da maloca Paapiu, noroeste de Roraima.
Valdes e outros membros da equipe investigavam a presença de garimpeiros dentro da terra indígena, denunciada por líderes Yanomami durante Assembléia Geral dos Tuxauas, realizada pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), no mês passado.
Segundo a Funai, em Brasília, a entrada de garimpeiros na área requer "enormes gastos efetuados com as necessárias operações de extrusão, implosão de pistas de pouso clandestinas, entre outros".
O órgão cita as pistas conhecidas como Hélio, Chico Veloso e Raimundinho, dinamitadas em dezembro passado, as quais já foram recuperadas pelos garimpeiros, o que demandará novos gastos para inutilizá-las novamente.
"Para os Yanomami, os malefícios são maiores: destroem hábitos culturais milenares, disseminam doenças venéreas, alcoolismo e a prostituição entre a comunidade indígena. Além disso, provocam a poluição dos rios e lagos onde promovem a garimpagem, deixando em suas águas o mercúrio usado, o que tem provocado doenças e mortes entre aqueles índios", informa a Funai.
ASSASSINATO - Na versão divulgada oficialmente pelo Ministério da Justiça, a equipe da Funai, composta de sete servidores, chegou ao local onde se encontravam os garimpeiros, por volta das 18h do dia 22, e foram recebidos a tiros por garimpeiros fortemente armados.
Os servidores revidaram, fazendo com que os garimpeiros fugissem, abandonando a draga onde trabalhavam. No dia seguinte, segunda-feira, por volta das 7h, os servidores que tinham permanecido na draga apreendida, foram atacados pelos garimpeiros, que portavam armas de grosso calibre ocasião em que o servidor Valdes, que fazia a guarda, levou um tiro na região do tórax, disparado de espingarda calibre 12mm, falecendo em seguida.
Pegos de surpresa, os outros servidores, seis ao todo, fugiram para a maloca Paapiu, em busca de socorro, de onde fizeram contato com o administrador da Funai em Boa Vista, Martinho Alves. O corpo de Valdes foi resgatado, na tarde de terça-feira, por agentes da Polícia Federal, e conduzido ao Instituto Médico Legal de Boa Vista. (J.S.)
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