De Povos Indígenas no Brasil
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48 lideranças indígenas estão na Rio+20
22/06/2012
Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
O movimento indígena de Roraima é um dos segmentos presentes nos eventos à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, com uma delegação de 48 representantes de diversas organizações indígenas, como Conselho Indígena de Roraima (CIR), Organização dos Professores Indígenas de Roraima (Opir), Organização das Mulheres Indígenas de Roraima (Omir), Conselho do Povo Indígena Ingaricó (Coping), Associação Hutukara Yanomami e outros.
O coordenador-geral do CIR, Mário Nicácio Wapichana, disse que conseguiu credenciar as 48 lideranças como delegados na Conferência RIO+20. Esses representantes deram entrevistas sobre a realidade indígena, apresentaram danças e cantos culturais, além de apresentar as reivindicações por meio de faixas, todos relacionados pela garantia dos seus direitos, como a regulamentação da Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aprovada em 1989. Também fizeram denúncias de impunidade sobre casos de violência.
"No início da Conferência Rio+20, o CIR mais uma vez apresentou às nações dos cinco continentes que os 180 chefes de estados precisam urgentemente assumir o compromisso de realmente salvar o Planeta, acabando com a poluição e destruição da natureza. Os povos indígenas estão para contribuir e não podem ser penalizado por causa do consumismo e capitalismo", disse Mário Nicácio.
A delegação também participou das atividades do Acampamento Terra Livre, da Cúpula dos Povos e da Marcha Indígena que ocorreu em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e Petrobras, além de contribuir com os temas e participação de outros eventos em níveis nacional e internacional.
OBJETIVO - A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou no dia 13 e encerra nesta sexta-feira, 22, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
MOBILIZAÇÃO - A abertura oficial da Rio+20 ocorreu na quarta-feira, 20, pela manhã. Mas enquanto chefes de Estado se reuniam no Riocentro, manifestações pela cidade marcaram o dia de abertura das negociações de alto nível da Rio+20, organizadas pela sociedade civil.
Pela manhã, cerca de duas mil pessoas se reuniram na Vila Autódromo, favela a cerca de 800 metros do centro de convenções que sedia a Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
O maior protesto ocorreu à tarde, quando a Marcha dos Povos percorreu o Centro do Rio. A manifestação foi convocada pela Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil que faz um contraponto às negociações oficiais no Riocentro.
O protesto na Vila Autódromo reuniu defensores da comunidade, ameaçada de remoção pelas obras das Olimpíadas de 2016, e manifestantes de movimentos indígenas, sem terra, quilombolas e pastoral de favelas, entre outros.
A manifestação foi pacífica, mas teve momentos de tensão, quando parte dos manifestantes, sobretudo dos grupos indígenas, se aproximaram do bloqueio de cerca de 120 homens do Exército e do Batalhão de Choque que os impedia de se aproximar do Riocentro.
Entidades apresentam propostas para os eventos Acampamento Terra Livre e Cúpula dos Povos
Durante sete de dias de intensa movimentação, povos indígenas e movimentos sociais de Roraima, unidos a vários povos do Brasil, participaram do 9o Acampamento Terra Livre e da Cúpula dos Povos, que começou no dia 15 e encerra nesta sexta-feira, 22. Tratam-se de eventos paralelos à Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, evento global que reúne milhares de participantes e Chefe de Estados de todos os continentes no período de 20 a 22, no Rio de Janeiro.
A delegação de Roraima marcou presença no evento com a participação de lideranças indígenas, mulheres, juventude, urbanos, rurais e demais segmentos organizados por meio do Comitê Roraima Rio+20, coordenado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) e entidades parceiras, Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Insikiran e Diocese de Roraima.
O evento reuniu mais de mil indígenas de todo o Brasil, além da participação dos demais grupos da sociedade civil organizada, que juntos manifestaram suas preocupações quanto ao modelo de desenvolvimento sustentável proposto pela Conferência oficial, Rio + 20.
Com o tema "A salvação do planeta está na sabedoria ancestral dos povos indígenas", o Acampamento Terra Livre (ATL) realizou dois eventos com apresentações das delegações indígenas, manifestadas a base de cantos e danças tradicionais, um momento simbólico para os povos indígenas, que tiveram a oportunidade de mostrar a grande diversidade cultural indígena do Brasil.
Nos primeiros dias, foram realizados debates, plenárias, manifestações culturais, articulações, intercâmbios e troca de experiências entre os grupos sociais, que apresentaram suas demandas especificas, porém focados em objetivos comuns.
A ocasião foi uma oportunidade não somente para discutir as emblemáticas questões sociais, culturais e políticos, mas também demonstrar o fortalecimento e a união dos povos, diante da histórica luta pela garantia de direitos dos povos indígenas e segmentos sociais.
Para contribuir no processo de discussão das demandas e elaboração do documento oficial do Acampamento Terra Livre (ATL), foram apresentados nas plenárias os assuntos como: impactos do capitalismo neodesenvolvimentista e da economia verde sobre os direitos coletivos dos povos indígenas, num contexto sobre identidade, territorial e autonomia.
Houve também um seminário sobre os direitos indígenas do Brasil, ocorrido no espaço do Comitê Global da ONU. Lideranças indígenas participam do seminário com intuito de buscar esclarecimentos e informações que possam contribuir com a política de articulação e estratégias sobre as garantias dos direitos dos povos indígenas.
Como contextos específicos e preocupantes discutidos nas plenárias foram os grandes empreendimentos de infraestrutura (hidrelétricas, estradas, rodovias, mineradoras etc), citado como exemplo a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, bem como a criminalização de lideranças indígenas e ameaças aos povos isolados.
Neste sentido, o líder indígena da região Baixo Cotingo, Nelino Galé, representante da Térrea Indígena Raposa Serra do Sol, falou das violações dos direitos humanos e destacou o caso da liderança indígena Aldo Mota, em que a morte ficou impune, com os acusados absolvidos em Roraima apesar das provas, além de outras violências e ameaças contra a vida dos povos indígenas de Roraima.
Foram debatidos na plenária os direitos indígenas na legislação nacional e internacional, direito a autonomia, direitos culturais, sociais e econômicos, que historicamente são violados pelos Estados e as corporações, assim como o direito a consulta e consentimento livre prévio e informado dos povos indígenas sobre qualquer atuação do Estado em seus territórios tradicionais.
Diante da necessidade de manifestar suas preocupações de forma mais concreta, contra os grandes empreendimentos e investimentos nas terras indígenas, o movimento indígena de forma pacífica percorreu as ruas do centro do Rio de Janeiro, tendo como destino a sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDS) e Petrobras. A manifestação teve como objetivo repudiar a construção e implantação de grandes empreendimentos nas terras indígenas, sob ameaça de destruição e degradação do meio ambiente e seus afluentes, causando impactos ambientais e culturais.
Num ato coletivo dos povos, foi realizada na manhã de anteontem, 20, a "mobilização global", na vila autódromo, nas proximidades do evento oficial da Rio+20, onde povos indígenas, integrantes de vários segmentos sociais participaram do ato, que teve como objetivo repudiar as propostas da Conferencia.
No mesmo dia, a delegação de Roraima, credenciada para entrar no espaço oficial, conseguiu mobilizar-se e obter visibilidade concreta sobre suas reivindicações, concentrando a imprensa nacional e internacional. "Um momento histórico para os povos indígenas de Roraima, representados pelos 48 integrantes da delegação", disse o coordenador-geral do CIR, Mário Nicácio Wapichana. O ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Marcio Meira, atual assessor do Ministério da Educação, marcou presença no evento e cumprimentou as lideranças indígenas de Roraima.
O representante governamental conversou com lideranças indígenas das terras indígenas Raposa Serra do Sol, São Marcos, Yanomami e Ingaricó, quando eles apresentaram suas demandas sobre educação, saúde, demarcação e proteção territorial e outras questões. Marcio Meira, manifestou preocupação com as questões apresentadas e firmou compromisso com os povos indígenas de Roraima em contribuir no que for necessário para a solução de tais problemas.
Apesar de o movimento indígena ter a concentração voltada para o evento da Cúpula dos Povos e Acampamento Terra Livre, lideranças indígenas de Roraima obtiveram a oportunidade de marcar presença na abertura oficial da Conferencia da Organização das Nações Unidas (ONU).
http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=131416
O coordenador-geral do CIR, Mário Nicácio Wapichana, disse que conseguiu credenciar as 48 lideranças como delegados na Conferência RIO+20. Esses representantes deram entrevistas sobre a realidade indígena, apresentaram danças e cantos culturais, além de apresentar as reivindicações por meio de faixas, todos relacionados pela garantia dos seus direitos, como a regulamentação da Convenção 169 sobre Povos Indígenas e Tribais em Países Independentes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), aprovada em 1989. Também fizeram denúncias de impunidade sobre casos de violência.
"No início da Conferência Rio+20, o CIR mais uma vez apresentou às nações dos cinco continentes que os 180 chefes de estados precisam urgentemente assumir o compromisso de realmente salvar o Planeta, acabando com a poluição e destruição da natureza. Os povos indígenas estão para contribuir e não podem ser penalizado por causa do consumismo e capitalismo", disse Mário Nicácio.
A delegação também participou das atividades do Acampamento Terra Livre, da Cúpula dos Povos e da Marcha Indígena que ocorreu em frente à sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e Petrobras, além de contribuir com os temas e participação de outros eventos em níveis nacional e internacional.
OBJETIVO - A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou no dia 13 e encerra nesta sexta-feira, 22, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e deverá contribuir para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas.
MOBILIZAÇÃO - A abertura oficial da Rio+20 ocorreu na quarta-feira, 20, pela manhã. Mas enquanto chefes de Estado se reuniam no Riocentro, manifestações pela cidade marcaram o dia de abertura das negociações de alto nível da Rio+20, organizadas pela sociedade civil.
Pela manhã, cerca de duas mil pessoas se reuniram na Vila Autódromo, favela a cerca de 800 metros do centro de convenções que sedia a Conferência da ONU para o Desenvolvimento Sustentável.
O maior protesto ocorreu à tarde, quando a Marcha dos Povos percorreu o Centro do Rio. A manifestação foi convocada pela Cúpula dos Povos, evento da sociedade civil que faz um contraponto às negociações oficiais no Riocentro.
O protesto na Vila Autódromo reuniu defensores da comunidade, ameaçada de remoção pelas obras das Olimpíadas de 2016, e manifestantes de movimentos indígenas, sem terra, quilombolas e pastoral de favelas, entre outros.
A manifestação foi pacífica, mas teve momentos de tensão, quando parte dos manifestantes, sobretudo dos grupos indígenas, se aproximaram do bloqueio de cerca de 120 homens do Exército e do Batalhão de Choque que os impedia de se aproximar do Riocentro.
Entidades apresentam propostas para os eventos Acampamento Terra Livre e Cúpula dos Povos
Durante sete de dias de intensa movimentação, povos indígenas e movimentos sociais de Roraima, unidos a vários povos do Brasil, participaram do 9o Acampamento Terra Livre e da Cúpula dos Povos, que começou no dia 15 e encerra nesta sexta-feira, 22. Tratam-se de eventos paralelos à Conferencia das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, evento global que reúne milhares de participantes e Chefe de Estados de todos os continentes no período de 20 a 22, no Rio de Janeiro.
A delegação de Roraima marcou presença no evento com a participação de lideranças indígenas, mulheres, juventude, urbanos, rurais e demais segmentos organizados por meio do Comitê Roraima Rio+20, coordenado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR) e entidades parceiras, Instituto Socioambiental (ISA), Instituto Insikiran e Diocese de Roraima.
O evento reuniu mais de mil indígenas de todo o Brasil, além da participação dos demais grupos da sociedade civil organizada, que juntos manifestaram suas preocupações quanto ao modelo de desenvolvimento sustentável proposto pela Conferência oficial, Rio + 20.
Com o tema "A salvação do planeta está na sabedoria ancestral dos povos indígenas", o Acampamento Terra Livre (ATL) realizou dois eventos com apresentações das delegações indígenas, manifestadas a base de cantos e danças tradicionais, um momento simbólico para os povos indígenas, que tiveram a oportunidade de mostrar a grande diversidade cultural indígena do Brasil.
Nos primeiros dias, foram realizados debates, plenárias, manifestações culturais, articulações, intercâmbios e troca de experiências entre os grupos sociais, que apresentaram suas demandas especificas, porém focados em objetivos comuns.
A ocasião foi uma oportunidade não somente para discutir as emblemáticas questões sociais, culturais e políticos, mas também demonstrar o fortalecimento e a união dos povos, diante da histórica luta pela garantia de direitos dos povos indígenas e segmentos sociais.
Para contribuir no processo de discussão das demandas e elaboração do documento oficial do Acampamento Terra Livre (ATL), foram apresentados nas plenárias os assuntos como: impactos do capitalismo neodesenvolvimentista e da economia verde sobre os direitos coletivos dos povos indígenas, num contexto sobre identidade, territorial e autonomia.
Houve também um seminário sobre os direitos indígenas do Brasil, ocorrido no espaço do Comitê Global da ONU. Lideranças indígenas participam do seminário com intuito de buscar esclarecimentos e informações que possam contribuir com a política de articulação e estratégias sobre as garantias dos direitos dos povos indígenas.
Como contextos específicos e preocupantes discutidos nas plenárias foram os grandes empreendimentos de infraestrutura (hidrelétricas, estradas, rodovias, mineradoras etc), citado como exemplo a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, bem como a criminalização de lideranças indígenas e ameaças aos povos isolados.
Neste sentido, o líder indígena da região Baixo Cotingo, Nelino Galé, representante da Térrea Indígena Raposa Serra do Sol, falou das violações dos direitos humanos e destacou o caso da liderança indígena Aldo Mota, em que a morte ficou impune, com os acusados absolvidos em Roraima apesar das provas, além de outras violências e ameaças contra a vida dos povos indígenas de Roraima.
Foram debatidos na plenária os direitos indígenas na legislação nacional e internacional, direito a autonomia, direitos culturais, sociais e econômicos, que historicamente são violados pelos Estados e as corporações, assim como o direito a consulta e consentimento livre prévio e informado dos povos indígenas sobre qualquer atuação do Estado em seus territórios tradicionais.
Diante da necessidade de manifestar suas preocupações de forma mais concreta, contra os grandes empreendimentos e investimentos nas terras indígenas, o movimento indígena de forma pacífica percorreu as ruas do centro do Rio de Janeiro, tendo como destino a sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDS) e Petrobras. A manifestação teve como objetivo repudiar a construção e implantação de grandes empreendimentos nas terras indígenas, sob ameaça de destruição e degradação do meio ambiente e seus afluentes, causando impactos ambientais e culturais.
Num ato coletivo dos povos, foi realizada na manhã de anteontem, 20, a "mobilização global", na vila autódromo, nas proximidades do evento oficial da Rio+20, onde povos indígenas, integrantes de vários segmentos sociais participaram do ato, que teve como objetivo repudiar as propostas da Conferencia.
No mesmo dia, a delegação de Roraima, credenciada para entrar no espaço oficial, conseguiu mobilizar-se e obter visibilidade concreta sobre suas reivindicações, concentrando a imprensa nacional e internacional. "Um momento histórico para os povos indígenas de Roraima, representados pelos 48 integrantes da delegação", disse o coordenador-geral do CIR, Mário Nicácio Wapichana. O ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Marcio Meira, atual assessor do Ministério da Educação, marcou presença no evento e cumprimentou as lideranças indígenas de Roraima.
O representante governamental conversou com lideranças indígenas das terras indígenas Raposa Serra do Sol, São Marcos, Yanomami e Ingaricó, quando eles apresentaram suas demandas sobre educação, saúde, demarcação e proteção territorial e outras questões. Marcio Meira, manifestou preocupação com as questões apresentadas e firmou compromisso com os povos indígenas de Roraima em contribuir no que for necessário para a solução de tais problemas.
Apesar de o movimento indígena ter a concentração voltada para o evento da Cúpula dos Povos e Acampamento Terra Livre, lideranças indígenas de Roraima obtiveram a oportunidade de marcar presença na abertura oficial da Conferencia da Organização das Nações Unidas (ONU).
http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=131416
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