De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Mãe Terra: Violência e morte na luta pela terra
19/04/2013
Fonte: Tekoha - Blog do MPF/MS - http://blog.prms.mpf.gov.br/
Indígenas já foram expulsos pela tropa de choque da polícia de área ocupada. Comunidade ainda teve ônibus escolar incendiado.
*Assista o documentário produzido pelo MPF/MS sobre a comunidade: http://www.youtube.com/watch?v=cj3gzoV0sq4&feature=player_embedded
A Terra Indígena Cachoeirinha, ocupada por 7 mil indígenas da etnia terena, foi demarcada em 1948 pelo Serviço de Proteção ao Índio, com 2600 hectares. A criação da reserva indígena em Miranda seguia a estratégia de colonizar o então estado de Mato Grosso, retirando os índios à força de seus territórios tradicionais.
Em 1982, a Funai iniciou a ampliação da TI Cachoeirinha. O Relatório de Identificação e Delimitação, primeiro passo para a demarcação, foi publicado em junho de 2003. Em 19 de abril de 2007, o ministro da Justiça declarou que os novos limites da TI Cachoeirinha eram de 36.288 hectares. Faltam a demarcação física e a homologação pelo presidente da República.
Em 28 de novembro de 2005, os indígenas ocuparam a Fazenda Santa Vitória, que faz parte da ampliação da TI Cachoeirinha. O Acampamento Mãe Terra abriga hoje 70 famílias. Há uma escola, instalada e mantida pela prefeitura de Miranda em um antigo galpão de madeira. Uma ação judicial do Ministério Público Federal garantiu a instalação de um poço artesiano no local, para abastecimento de água potável. Eles também são atendidos por uma equipe médica da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Nova ocupação
Em fevereiro de 2009, os terena ocuparam outras duas áreas, que também incidem sobre a TI Cachoeirinha: as Fazendas Charqueada do Agachy e Petrópolis, que pertencem à família do ex-governador Pedro Pedrossian. Cerca de 500 índios ficaram no local por sete meses.
Em 2010, a demarcação foi parcialmente suspensa pelo ministro Gilmar Mendes (STF). Em maio, a tropa de choque da PM e agentes da PF cumpriram a ordem de reintegração de posse da fazenda Petrópolis. A ação foi violenta e incluiu o uso de cães, balas de borracha e bombas de efeito moral.
"Fomos escorraçados com truculência. Mesmo sem ninguém enfrentar, os policiais já chegaram atirando e jogando bombas em meio a mulheres e crianças. Depois, nos deram só 20 minutos para recolher tudo e sumir", disse, à época, Lindomar Ferreira, um dos líderes do acampamento.
Índia terena morre em atentado
Em 4 junho de 2011, um ônibus escolar com 30 alunos indígenas da TI Cachoeirinha foi atacado com um coquetel molotov. O veículo pegou fogo. Cinco alunos e o motorista ficaram feridos gravemente. Ludersvoni Pires, de 28 anos, uma das vítimas, sofreu queimaduras em 70% do corpo. Ela ficou internada por 3 meses na Santa Casa de Campo Grande mas não resistiu aos ferimentos, falecendo em 23 de agosto de 2011. O MPF solicitou instauração de inquérito sobre o caso, que ainda não foi concluído.
História dos terena
A ocupação da região de Miranda pelos terena está documentada desde o início do século XIX. A Guerra do Paraguai representou a perda das terras tradicionalmente ocupadas. Durante o conflito, os indígenas sofreram ataques das tropas paraguaias, dispersando-se pelas matas inacessíveis da região. Com o fim do conflito, as terras dos terena foram ocupadas por oficiais e soldados brasileiros. Eles e outros colonos receberam títulos do governo, que ignorou a presença de indígenas naquelas terras.
http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=299
*Assista o documentário produzido pelo MPF/MS sobre a comunidade: http://www.youtube.com/watch?v=cj3gzoV0sq4&feature=player_embedded
A Terra Indígena Cachoeirinha, ocupada por 7 mil indígenas da etnia terena, foi demarcada em 1948 pelo Serviço de Proteção ao Índio, com 2600 hectares. A criação da reserva indígena em Miranda seguia a estratégia de colonizar o então estado de Mato Grosso, retirando os índios à força de seus territórios tradicionais.
Em 1982, a Funai iniciou a ampliação da TI Cachoeirinha. O Relatório de Identificação e Delimitação, primeiro passo para a demarcação, foi publicado em junho de 2003. Em 19 de abril de 2007, o ministro da Justiça declarou que os novos limites da TI Cachoeirinha eram de 36.288 hectares. Faltam a demarcação física e a homologação pelo presidente da República.
Em 28 de novembro de 2005, os indígenas ocuparam a Fazenda Santa Vitória, que faz parte da ampliação da TI Cachoeirinha. O Acampamento Mãe Terra abriga hoje 70 famílias. Há uma escola, instalada e mantida pela prefeitura de Miranda em um antigo galpão de madeira. Uma ação judicial do Ministério Público Federal garantiu a instalação de um poço artesiano no local, para abastecimento de água potável. Eles também são atendidos por uma equipe médica da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai).
Nova ocupação
Em fevereiro de 2009, os terena ocuparam outras duas áreas, que também incidem sobre a TI Cachoeirinha: as Fazendas Charqueada do Agachy e Petrópolis, que pertencem à família do ex-governador Pedro Pedrossian. Cerca de 500 índios ficaram no local por sete meses.
Em 2010, a demarcação foi parcialmente suspensa pelo ministro Gilmar Mendes (STF). Em maio, a tropa de choque da PM e agentes da PF cumpriram a ordem de reintegração de posse da fazenda Petrópolis. A ação foi violenta e incluiu o uso de cães, balas de borracha e bombas de efeito moral.
"Fomos escorraçados com truculência. Mesmo sem ninguém enfrentar, os policiais já chegaram atirando e jogando bombas em meio a mulheres e crianças. Depois, nos deram só 20 minutos para recolher tudo e sumir", disse, à época, Lindomar Ferreira, um dos líderes do acampamento.
Índia terena morre em atentado
Em 4 junho de 2011, um ônibus escolar com 30 alunos indígenas da TI Cachoeirinha foi atacado com um coquetel molotov. O veículo pegou fogo. Cinco alunos e o motorista ficaram feridos gravemente. Ludersvoni Pires, de 28 anos, uma das vítimas, sofreu queimaduras em 70% do corpo. Ela ficou internada por 3 meses na Santa Casa de Campo Grande mas não resistiu aos ferimentos, falecendo em 23 de agosto de 2011. O MPF solicitou instauração de inquérito sobre o caso, que ainda não foi concluído.
História dos terena
A ocupação da região de Miranda pelos terena está documentada desde o início do século XIX. A Guerra do Paraguai representou a perda das terras tradicionalmente ocupadas. Durante o conflito, os indígenas sofreram ataques das tropas paraguaias, dispersando-se pelas matas inacessíveis da região. Com o fim do conflito, as terras dos terena foram ocupadas por oficiais e soldados brasileiros. Eles e outros colonos receberam títulos do governo, que ignorou a presença de indígenas naquelas terras.
http://blog.prms.mpf.gov.br/tekoha4/?p=299
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