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CCPY pretende recuperar áreas impactadas pelos garimpos
04/11/2004
Autor: WIRISMAR RAMOS
Fonte: Brasil Norte-Boa Vista-RR
Em 10 anos, os pomares que estão sendo plantados agora estarão produzindo, fornecendo alimentos para os Yanomami
Índio Yanomami em um dos viveiros, preparando mudas de plantas nativas destinadas à recuperação das margens do alto Rio Mucajaí
As áreas mais afetadas pela ação dos garimpos localizados dentro da reserva Yanomami em 10 anos de degradação (1988 a 1998) só poderão estar totalmente recuperadas em duas décadas. Essa é a pretensão da Comissão Pró-Yanomami (CCPY), que desenvolve na reserva projetos de recuperação das áreas localizadas no entorno das cabeceiras do Rio Mucajaí, em Homoxi.
A CCPY é uma Organização Não Governamental (Ong) que recebe recursos da ordem de R$ 1,18 milhão, anualmente, do Ministério do Meio Ambiente e de duas instituições norueguesas (Rainforest e Norad) para desenvolver programas ambientais e de educação em sete comunidades Yanomami: Toototobi, Parawau, Homoxi, Alto Catrimani, Paapiu, Kayanau, Demini.
Segundo o coordenador do Programa Sócioambiental da CCPY, Ednelson Pereira Makuxi, a partir de um levantamento feito dos impactos ambiental e social das áreas degradadas pelos garimpos na área Yanomami no período de 1988 a 1998, criou-se o Programa Ambiental que consiste na formação de agentes agroflorestais.
A missão deles é criar projetos específicos em recuperação de áreas impactadas pelos garimpos, montagem de Sistemas de Agroflorestas (SAF's), além da criação de abelhas nativas e africanizadas (que foi implantado em 2002, paralelamente ao Projeto Ambiental).
Origem dos recursos
Esses dois programas recebem recursos do Ministério do Meio Ambiente, através do subprograma Projetos Demonstrativos (PDA), que financia os SAF's; e do Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI), que financia a criação de abelhas (Projeto Apicultura Yanomami).
Makuxi afirma que todo o trabalho é desenvolvido com a participação efetiva dos Yanomami. "Em 10 anos, os pomares (que chamamos de floresta de alimentos) que estão sendo plantados agora estarão produzindo, fornecendo alimentos para os Yanomami e para a fauna que, por sua vez, também é consumida por eles", enfatizou.
O coordenador do Programa Sócioambiental explicou que o pomar começou a ser formado em julho deste ano, nas áreas impactadas pelos garimpos, principalmente nas margens do Rio Mucajaí, em Homoxi. Foram plantadas 300 das 2.000 mudas de árvores frutíferas que haviam sido preparadas em 2003, como: buriti, açaí, patauá, ingá, caju e manga.
Além de frutíferas, foram plantadas também mudas de várias espécies nativas e exóticas destinadas a atrair a caça, afugentada desde a época do garimpo e plantas utilitárias como a palmeira ubim (yaa hanaki), usada na construção das casas coletivas tradicionais dos Yanomami, o yano ou xapono.
Ednelson Makuxi destacou ainda a preocupação da CCPY com a recuperação da qualidade das águas do Rio Mucajaí, cuja nascente fica na aldeia Homoxi e é um dos mais importantes formadores do Rio Branco (o principal do Estado).
Ele explicou que os dez anos em que o Rio Mucajaí recebeu o Mercúrio dos garimpos, causou danos ao leito do rio que só serão totalmente recuperados em duas décadas. "Todo Mércúrio jogado na região de Homoxi era consumido pela população habitante das margens dos rios Mucajaí e Branco, inclusive a Capital Boa Vista", relembrou.
Até 1998 (quando a Funai promoveu a retirada dos garimpeiros, com o apoio do Exército e Polícia Federal), havia dez pistas clandestinas somente no entorno de Surucucus e Homoxi. Quase todas as pistas (clandestinas) foram dinamitadas, ficando apenas uma em Homoxi, que hoje serve para pouso e decolagem dos aviões da própria Funai, CCPY e da Funasa.
A reserva Yanomami, que além de Roraima abrange também parte dos territórios da Venezuela e do Estado do Amazonas, teve a demarcação homologada em 1992 e tem 9.664.975,48há. De acordo com o último Censo, tem uma população de cerca de 13.700 pessoas distribuídas em 300 comunidades.
Índio Yanomami em um dos viveiros, preparando mudas de plantas nativas destinadas à recuperação das margens do alto Rio Mucajaí
As áreas mais afetadas pela ação dos garimpos localizados dentro da reserva Yanomami em 10 anos de degradação (1988 a 1998) só poderão estar totalmente recuperadas em duas décadas. Essa é a pretensão da Comissão Pró-Yanomami (CCPY), que desenvolve na reserva projetos de recuperação das áreas localizadas no entorno das cabeceiras do Rio Mucajaí, em Homoxi.
A CCPY é uma Organização Não Governamental (Ong) que recebe recursos da ordem de R$ 1,18 milhão, anualmente, do Ministério do Meio Ambiente e de duas instituições norueguesas (Rainforest e Norad) para desenvolver programas ambientais e de educação em sete comunidades Yanomami: Toototobi, Parawau, Homoxi, Alto Catrimani, Paapiu, Kayanau, Demini.
Segundo o coordenador do Programa Sócioambiental da CCPY, Ednelson Pereira Makuxi, a partir de um levantamento feito dos impactos ambiental e social das áreas degradadas pelos garimpos na área Yanomami no período de 1988 a 1998, criou-se o Programa Ambiental que consiste na formação de agentes agroflorestais.
A missão deles é criar projetos específicos em recuperação de áreas impactadas pelos garimpos, montagem de Sistemas de Agroflorestas (SAF's), além da criação de abelhas nativas e africanizadas (que foi implantado em 2002, paralelamente ao Projeto Ambiental).
Origem dos recursos
Esses dois programas recebem recursos do Ministério do Meio Ambiente, através do subprograma Projetos Demonstrativos (PDA), que financia os SAF's; e do Projetos Demonstrativos dos Povos Indígenas (PDPI), que financia a criação de abelhas (Projeto Apicultura Yanomami).
Makuxi afirma que todo o trabalho é desenvolvido com a participação efetiva dos Yanomami. "Em 10 anos, os pomares (que chamamos de floresta de alimentos) que estão sendo plantados agora estarão produzindo, fornecendo alimentos para os Yanomami e para a fauna que, por sua vez, também é consumida por eles", enfatizou.
O coordenador do Programa Sócioambiental explicou que o pomar começou a ser formado em julho deste ano, nas áreas impactadas pelos garimpos, principalmente nas margens do Rio Mucajaí, em Homoxi. Foram plantadas 300 das 2.000 mudas de árvores frutíferas que haviam sido preparadas em 2003, como: buriti, açaí, patauá, ingá, caju e manga.
Além de frutíferas, foram plantadas também mudas de várias espécies nativas e exóticas destinadas a atrair a caça, afugentada desde a época do garimpo e plantas utilitárias como a palmeira ubim (yaa hanaki), usada na construção das casas coletivas tradicionais dos Yanomami, o yano ou xapono.
Ednelson Makuxi destacou ainda a preocupação da CCPY com a recuperação da qualidade das águas do Rio Mucajaí, cuja nascente fica na aldeia Homoxi e é um dos mais importantes formadores do Rio Branco (o principal do Estado).
Ele explicou que os dez anos em que o Rio Mucajaí recebeu o Mercúrio dos garimpos, causou danos ao leito do rio que só serão totalmente recuperados em duas décadas. "Todo Mércúrio jogado na região de Homoxi era consumido pela população habitante das margens dos rios Mucajaí e Branco, inclusive a Capital Boa Vista", relembrou.
Até 1998 (quando a Funai promoveu a retirada dos garimpeiros, com o apoio do Exército e Polícia Federal), havia dez pistas clandestinas somente no entorno de Surucucus e Homoxi. Quase todas as pistas (clandestinas) foram dinamitadas, ficando apenas uma em Homoxi, que hoje serve para pouso e decolagem dos aviões da própria Funai, CCPY e da Funasa.
A reserva Yanomami, que além de Roraima abrange também parte dos territórios da Venezuela e do Estado do Amazonas, teve a demarcação homologada em 1992 e tem 9.664.975,48há. De acordo com o último Censo, tem uma população de cerca de 13.700 pessoas distribuídas em 300 comunidades.
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