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Indígenas brasileiros participam na criação de um videojogo sobre a sua cultura

10/03/2016

Fonte: Porto Canal- http://portocanal.sapo.pt



Os Kaxinawá, uma comunidade indígena do norte do Brasil e do Peru, participaram na criação do "Huni Kuin", um videojogo que tem como objetivo divulgar a sua cultura e mostrar ao mundo as suas tradições ancestrais.

A tecnologia e o legado histórico do povo Kaxinawá andam de mãos dadas nesta iniciativa lançada em 2012 por um antropólogo da Universidade de São Paulo (USP), que é a maior universidade da América Latina.

Desde 2012, cerca de 30 indígenas colaboram a partir das suas aldeias, situadas no estado brasileiro do Acre, no desenvolvimento desta iniciativa, que será lançada em abril.

Os índios contaram as histórias dos seus antepassados, colocaram vozes no videojogo e fizeram os desenhos do "Huni Kuin", palavra indígena pela qual se autodenominam e que significa "povo verdadeiro".

"Tem sido uma construção coletiva. Fomos às aldeias, com um programador e antropólogos, para conhecer as suas histórias e a sua forma de vida. Chegámos a ficar quatro meses com eles", explicou à agência de notícias espanhola EFE o antropólogo Guilherme Meneses, que nos últimos quatro anos visitou as aldeias em várias ocasiões.

A plataforma, que conta com cinco níveis e narra diferentes histórias, centra-se num casal de gémeos Kaxinawá, concebidos num sono, que herdaram poderes e devem enfrentar uma série de desafios para poderem converter-se em pessoas verdadeiras.

A diferença para outros videojogos é que os protagonistas não utilizam armas de fogo e sim flechas e os seus inimigos não são anti-heróis, mas todo o tipo de animais da Amazónia, que é o 'pulmão verde' do planeta, como cobras, antas e pacas.

A narração do jogo é feita na língua dos Kaxinawá, a maior população indígena do Acre, e os diálogos têm legendas em português, inglês e espanhol.

Os indígenas querem que o jogo seja útil para as novas gerações aprenderem a história e os costumes dos seus antepassados.

O jogo poderá ser descarregado de forma gratuita depois do seu lançamento em abril e, antes de cruzar as fronteiras, a plataforma será apresentada nas aldeias dos Kaxinawá, etnia indígena que conta com 7.500 pessoas no Brasil.

"Muitos líderes levam consigo toda a sabedoria quando morrem. A tecnologia vai permitir-nos resgatá-la e mantê-la", disse à EFE Isaka Huni Kuin, um dos membros da tribo.



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