De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
A Funai teme conflito entre Maxacali e fazendeiros e pede urgência no levantamento fundiário de área
26/08/2005
Fonte: Hoje em Dia-Belo Horizonte-MG
Um grupo técnico denominado 'GT Maxakali' vai ser enviado a esta cidade do
Vale do Mucuri para fazer o levantamento fundiário e tentar desarticular
um possível conflito que se arma entre fazendeiros e os índios Maxakali,
que ocupam a Fazenda Monte das Oliveiras desde o último dia 18 de agosto
de 2005. A fazenda dá acesso a outras dez propriedades, que, segundo os
índios, pertencem aos seus antepassados. O pedido do GT, formado por
antropólogos, arqueólogos e agrimensores e só pode ser criado por meio de
Portaria, em 'caráter de urgência', foi enviado ontem pelo administrador
regional da Funai em Governador Valadares, Waldemar Krenak, ao presidente
da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, e ao
Ministério Público. 'O clima na área não é mais de tranqüilidade', disse o
administrador.
A Fazenda Monte das Oliveiras, ocupada por Valdomiro Alves de Almeida, foi
retomada por cerca de 200 Maxakali, que armaram barracas de lona na
entrada.. O proprietário se recusa a deixar a área, alegando ter a
escritura. No último dia 20 de agosto, ele entrou com ação de reintegração
de posse, com pedido de liminar, que foi negada, no Fórum de Teófilo
Otoni.
Segundo Waldemar Krenak, os Maxakali reivindicam essas terras há cerca de
quatro anos. Em 1999, 1.852 hectares pertencentes a eles - uma gleba que
dividia as aldeias Água Boa e Pradinho, hoje unificadas -, e que estavam
nas mãos de fazendeiros há décadas, foram devolvidos aos indígenas. A área
pleiteada agora, cujo tamanho somente o GT poderá dimensionar, teria
ficado de fora, apesar de estar dentro da aldeia.
De acordo com a Funai, em uma demarcação equivocada da área, feita em 1956
pelo Governo federal, uma sobra de terras devolutas foi entregue a
funcionários do antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), hoje Funai.
Grande parte foi comercializada por eles, mas alguns permaneceram nas
terras. 'Faltaram critérios, na época, para a demarcação, mas acredito que
a regularização será fácil. A própria história já conta o que aconteceu
lá', disse o chefe de Assistência ao Índio da Funai em Governador
Valadares, Hélio Palmeira.
Uma equipe da Funai esteve na área ocupada. 'Os índios estão pintados, mas
ainda não houve conflito. Só não podemos garantir até quando', disse o
administrador. Segundo ele, apesar da resistência de ambos os lados,
'alguns poucos' fazendeiros teriam começaram a sair da área,
espontaneamente.
Waldemar Krenak disse que se for comprovado que as terras indicadas pelos
índios pertencem mesmo à União, a ocupação pelos fazendeiros será
considerada de má-fé, e eles só terão direito a indenização pelas
benfeitorias. No início deste ano, problemas como o alcoolismo e a
inexistência de projetos econômicos de auto-sustentação nas aldeias
Maxakali levaram à criação de um primeiro GT.
Instalados no Nordeste de Minas Gerais, entre os Vales do Mucuri e
Jequitinhonha, os Maxakali são o símbolo da resistência entre os povos
indígenas. Depois de mais de 200 anos de contato com os brancos,
preservaram a tradição, e, ainda hoje, apenas uns poucos homens da tribo
falam o Português. Um exemplo desse esforço de preservação é a existência
de indivíduos albinos, frutos de uma mutação genética em função de
casamentos entre parentes próximos.
Os Maxakali conseguiram resistir a quase tudo o que vinha do homem branco,
com exceção do álcool. Quando falta a cachaça, muitas vezes trocada pelos
alimentos que a Funai envia para a aldeia, tomam qualquer coisa - perfume,
desodorante, éter ou até acetona. Eles não procuram ajuda médica quando
estão embriagados, mas acabam nos hospitais da região depois de sangrentas
brigas que travam entre si.
A aldeia Maxakali fica entre as cidades de Bertópolis e Santa Helena de
Minas, e é dividida em duas áreas, a Água Boa e Pradinho, com área total
de 5.293 hectares. Estes dois grupos são divididos em clãs, o dos Buenos,
em Pradinho, e o da Noêmia, de Água Boa. A população Maxakali é formada
por 1.050 índios.
Vale do Mucuri para fazer o levantamento fundiário e tentar desarticular
um possível conflito que se arma entre fazendeiros e os índios Maxakali,
que ocupam a Fazenda Monte das Oliveiras desde o último dia 18 de agosto
de 2005. A fazenda dá acesso a outras dez propriedades, que, segundo os
índios, pertencem aos seus antepassados. O pedido do GT, formado por
antropólogos, arqueólogos e agrimensores e só pode ser criado por meio de
Portaria, em 'caráter de urgência', foi enviado ontem pelo administrador
regional da Funai em Governador Valadares, Waldemar Krenak, ao presidente
da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, e ao
Ministério Público. 'O clima na área não é mais de tranqüilidade', disse o
administrador.
A Fazenda Monte das Oliveiras, ocupada por Valdomiro Alves de Almeida, foi
retomada por cerca de 200 Maxakali, que armaram barracas de lona na
entrada.. O proprietário se recusa a deixar a área, alegando ter a
escritura. No último dia 20 de agosto, ele entrou com ação de reintegração
de posse, com pedido de liminar, que foi negada, no Fórum de Teófilo
Otoni.
Segundo Waldemar Krenak, os Maxakali reivindicam essas terras há cerca de
quatro anos. Em 1999, 1.852 hectares pertencentes a eles - uma gleba que
dividia as aldeias Água Boa e Pradinho, hoje unificadas -, e que estavam
nas mãos de fazendeiros há décadas, foram devolvidos aos indígenas. A área
pleiteada agora, cujo tamanho somente o GT poderá dimensionar, teria
ficado de fora, apesar de estar dentro da aldeia.
De acordo com a Funai, em uma demarcação equivocada da área, feita em 1956
pelo Governo federal, uma sobra de terras devolutas foi entregue a
funcionários do antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI), hoje Funai.
Grande parte foi comercializada por eles, mas alguns permaneceram nas
terras. 'Faltaram critérios, na época, para a demarcação, mas acredito que
a regularização será fácil. A própria história já conta o que aconteceu
lá', disse o chefe de Assistência ao Índio da Funai em Governador
Valadares, Hélio Palmeira.
Uma equipe da Funai esteve na área ocupada. 'Os índios estão pintados, mas
ainda não houve conflito. Só não podemos garantir até quando', disse o
administrador. Segundo ele, apesar da resistência de ambos os lados,
'alguns poucos' fazendeiros teriam começaram a sair da área,
espontaneamente.
Waldemar Krenak disse que se for comprovado que as terras indicadas pelos
índios pertencem mesmo à União, a ocupação pelos fazendeiros será
considerada de má-fé, e eles só terão direito a indenização pelas
benfeitorias. No início deste ano, problemas como o alcoolismo e a
inexistência de projetos econômicos de auto-sustentação nas aldeias
Maxakali levaram à criação de um primeiro GT.
Instalados no Nordeste de Minas Gerais, entre os Vales do Mucuri e
Jequitinhonha, os Maxakali são o símbolo da resistência entre os povos
indígenas. Depois de mais de 200 anos de contato com os brancos,
preservaram a tradição, e, ainda hoje, apenas uns poucos homens da tribo
falam o Português. Um exemplo desse esforço de preservação é a existência
de indivíduos albinos, frutos de uma mutação genética em função de
casamentos entre parentes próximos.
Os Maxakali conseguiram resistir a quase tudo o que vinha do homem branco,
com exceção do álcool. Quando falta a cachaça, muitas vezes trocada pelos
alimentos que a Funai envia para a aldeia, tomam qualquer coisa - perfume,
desodorante, éter ou até acetona. Eles não procuram ajuda médica quando
estão embriagados, mas acabam nos hospitais da região depois de sangrentas
brigas que travam entre si.
A aldeia Maxakali fica entre as cidades de Bertópolis e Santa Helena de
Minas, e é dividida em duas áreas, a Água Boa e Pradinho, com área total
de 5.293 hectares. Estes dois grupos são divididos em clãs, o dos Buenos,
em Pradinho, e o da Noêmia, de Água Boa. A população Maxakali é formada
por 1.050 índios.
As notícias publicadas no site Povos Indígenas no Brasil são pesquisadas diariamente em diferentes fontes e transcritas tal qual apresentadas em seu canal de origem. O Instituto Socioambiental não se responsabiliza pelas opiniões ou erros publicados nestes textos .Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com a fonte.