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Índios Yanomami se revoltam em reunião

16/09/2005

Autor: EDILSON RODRIGUES

Fonte: Folha de Boa Vista-Boa Vista-RR



Terminou em tumulto o primeiro dia de reunião na Funasa (Fundação Nacional de Saúde), onde índios yanomami estiveram para apresentar as conseqüências que o DSY (Distrito Sanitário Yanomami) está tendo com o atraso da quinta parcela dos recursos no valor de R$ 8.796.798,45, do convênio entre Funasa e a FUB (Fundação da Universidade de Brasília).
Além dos indígenas, participaram representantes da Funasa, da FUB e das Ongs (Organizações Não-Governamentais) que atuam no DSY. Sem chegar a um entendimento sobre quando o convênio estará normalizado, no final da tarde de ontem os índios se revoltaram e impediram a saída de funcionários da fundação.
O problema foi resolvido quando um dos participantes do encontro se comprometeu a atender as reivindicações dos yanomami, que exigem a presença do coordenador regional da Funasa, Ramiro Teixeira, na reunião de hoje, e não somente de funcionários da fundação.
Os recursos estão atrasados há 10 dias e seriam utilizados para despesas com serviços básicos de saúde aos yanomami, assim como o pagamento dos servidores que prestam atendimento no DSY. O índio e conselheiro do distrito, David Yanomami, disse estar bastante triste com a situação, ressaltando que a demora na liberação do convênio os pólos-base serão fechados, porque os funcionários não vão querer trabalhar porque não tem recursos.
"Nós, yanomami, queremos que seja logo resolvido essa questão, se não ficaremos em total abandono", frisou David, explicando que teme que ocorra o que aconteceu há dez anos, quando centenas de indígenas morreram. "Precisamos que o convênio seja regularizado, porque vem atrasando freqüentemente, seja por uma ou por outra conveniada".
Nos nove dias de atraso, David declarou que os índios começaram a sofrer com a volta da malária e uma série de doenças que estavam quase controladas. Ontem, ele disse que vão fechar a Funasa enquanto as autoridades não chegarem para conversarem com eles.
Um dos coordenadores do convênio, que veio de Brasília, Sérgio Gonçalves, disse que não poderia precisar uma data para normalização do convênio, porque não depende dele. Limitou-se a dizer que participa da reunião para ouvir as sugestões dos usuários (índios) e prestadores (Ongs) para levá-las a Brasília para que se possa tomar providências.
Quanto à renovação do convênio firmado entre a Funasa e a FUB, a chefe do DSY, Fátima Maria Nascimento, informou que venceu em 27 de julho de 2004 e foi prorrogado por tempo indeterminado
 

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