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Prefeito e líderes indígenas voltam a fazer denúncia contra a Funasa

24/11/2005

Fonte: 24 Horas News-Cuiabá-MT



O perfeito de Santo Antônio do Leste, Pedro Luiz Brunetta, juntamente com mais três líderes indígenas da etnia xavante protocolaram novamente denúncia de falta de assistência à saúde nas quatro aldeias do município na Ouvidoria Geral do Estado (OGE), nesta quarta-feira. Um dia depois de a direção da Fundação Nacional de Saúde no Estado (Funasa) divulgar que Bruneta havia se retratado das denúcias anteriores.

Eles reafirmaram a denuncia de morte de quatro crianças na comunidade Água Limpa por falta de atendimento médico, o agravamento do quadro de desnutrição infantil e outras doenças que complicaram o estado clínico das outras crianças das aldeias. "Todas nossas crianças estão doentes e sem pediatra para atendê-las", afirma o cacique Pedro Seredi, da aldeia São Benedito.

O cacique reclama da falta de vacinação das crianças indígenas há mais de dois anos. Além disso, estão sem medicamentos, saneamento básico e recursos para combustível do carro que transporta os índios até a cidade para tratamento.

O cacique Tito Warowedewe conta que há pouco tempo perdeu o filho de 11 meses por falta de atendimento médico. "Precisamos de mais assistência da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) dentro das aldeias. Ninguém aparece lá há muito tempo", disse.

O prefeito Brunetta afirma que o único repasse, de R$ 11,5 mil mensal, da Funasa para a prefeitura é usado na complementação do salário de médico, enfermeiro e auxiliar que fazem atendimento na cidade. "A prefeitura não tem autorização de atua dentro da aldeia, e nem poderia, pois o recurso não é suficiente para fazer esse trabalho. Precisaríamos firmar parceria para que houvesse esse atendimento", explicou, ao rebater a Funasa.

O ouvidor geral do Estado, Gilson Duarte afirma que encaminhou as denúncias ao Ministério Público Estadual e Federal e solicitou investigação da Polícia Federal no caso em que o cacique Warowedewe afirma ter ligado à Funasa pedindo auxílio médico para as crianças mortas. "Embora seja assunto Federal, o Estado não pode ficar omisso ao problema, primeiro por que se trata de seres humanos, segundo o problema está ocorrendo em território mato-grossense o estilhaço do problema fina no Estado, e é um prefeito solicitando intervenção", observou o ouvidor geral, Gilson Duarte.
 

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