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Em fazenda atribuída a Geddel na BA há 4 dias, índios dizem que terra é 'sagrada' e querem demarcação

26/09/2017

Fonte: G1 g1.globo.com



Os índios pataxó que ocuparam a fazenda atribuída ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e ao irmão dele, o deputado Lúcio Vieira Lima, no município de Potiraguá, no sul da Bahia, já estão no local há quatro dias e querem a demarcação das terras, que segundo eles são indígenas. A área tem, ao todo, 643 hectares, o que equivale a 643 campos de futebol.

Os indígenas, de várias aldeias da região, dizem que, na fazenda, existem ao menos três cemitérios indígenas e que, por isso, o local é considerado "sagrado". "Foi uma ocupação pacífica. Nosso objetivo aqui, nesse local, é a nossa terra sagrada", disse o índio Araruã Pataxó. "Precisamos ocupar aqui, porque é o nosso território", afirmou outro índio, o Capitlé Pataxó.

A Polícia Civil do município, que até então estava à frente das investigações, encaminhou o caso para a Delegacia da Polícia Federal de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado. Isso porque a PF, segundo a Polícia Civil, é o órgão reponsável por atuar em situações como essa, que envolvam indígenas.

Apesar da ocupação na fazenda, o clima em Potiraguá é de tranquilidade. Nesta terça, uma equipe da Polícia Militar fez uma ronda na região. "Encontramos um clima de paz, um clima tranquilo. Orientamos os mesmos [os índios], em caso de haver alguma iminência de conflito aqui, a buscar intervenção da Polícia Militar", destacou o comandante da PM Major Edmário Araújo.

Até o último sábado (23), mais de mil cabeças de gado estavam na fazenda, mas, segundo os índios, no domingo (24), funcionários da fazenda levaram os animais. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Geddel e nem com o deputado Lúcio Vieira Lima nesta terça.

Ocupação

A Fazenda Esmeralda foi invadida, por volta das 2h do sábado, por cerca de 25 homens que estavam armados com espingardas e outras armas longas.

Em entrevista ao G1, o delegado Antônio Roberto Gomes da Silva Júnior, que é coordenador da Polícia Civil de Itapetinga, destaca que todos os funcionários que estavam no local foram feitos de reféns e liberados pouco após a ocupação. Ninguém foi ferido pelos índios.

Geddel está preso no complexo da Papuda, em Brasília, desde 8 de setembro. A prisão ocorreu três dias após a polícia ter encontrado R$ 51 milhões em cédulas em um imóvel supostamente utilizado por ele. Antes, ele já cumpria prisão domiciliar em Salvador. O G1 não conseguiu contato com a defesa de Geddel.

Geddel

Na última quarta-feira (20), o gabinete do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Rogério Schietti Cruz retirou a prioridade de tramitação que havia sido atribuída a um recurso do ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso em Brasília.

O recurso diz respeito à prisão domiciliar de Geddel, decretada em julho. Geddel foi preso pela primeira vez por suspeita de obstruir investigações ao supostamente tentar impedir as delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro. Dias depois, foi colocado em prisão domiciliar por decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região.



https://g1.globo.com/bahia/noticia/em-fazenda-atribuida-a-geddel-na-ba-ha-4-dias-indios-dizem-que-terra-e-sagrada-e-querem-demarcacao.ghtml
 

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