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'Não caiu a ficha ainda', diz professora vencedora do prêmio Educador do Ano
05/11/2017
Autor: Rogerio Aderbal
Fonte: G1 g1.globo.com
A professora Elisângela Dell-Armelina Suruí, vencedora do prêmio Educador do Ano, desembarcou neste fim de semana no aeroporto de Cacoal (RO) e foi recebida por familiares, indígenas e servidores da Coordenadoria Regional de Ensino (CRE), que recepcionaram a educadora com faixas e cartaz parabenizando-a pela conquista. Além do prêmio de Educadora do Ano, Elisângela recebeu também a premiação de Educadora Nota 10, destinada aos 10 melhores educadores do país.
A premiação foi realizada noite do último (30) em São Paulo. A professora de 38 anos, trabalha na escola indígena Sertanista Francisco Meireles, localizada na aldeia Suruí da linha 12, a cerca de 60 km de Cacoal, e desenvolveu um projeto para preservar a língua e a escrita do povo Paiter Suruí.
"Ainda não caiu a ficha, mas foi muito emocionante, pois o prêmio estava muito disputado com projetos excelentes apresentados por professores premiados também no prêmio Educador Nota Dez, cada um dentro da diversidade dele, e conquistar o prêmio de Educador do Ano foi uma honra muito grande", destaca Elisângela.
A professora acredita que o destaque do projeto nacionalmente deve despertar um maior engajamento da sociedade e do setor em relação ao avanço da educação indígena no país.
"A nossa intenção quando realizamos o projeto é que o caderno de apoio a escrita Paiter Suruí possa ser utilizado por todas as outras escolas Suruí. Também é um momento para que o governo possa olhar para ajudar os professores de comunidades tradicionais a construir o material didático deles, pois a educação com a língua materna das crianças é uma forma de manter a identidade de cada povo", revela.
Elisângela revela que agora o desafio dela como educadora é trabalhar junto com os estudantes, professores e comunidade para aprimorar o projeto.
"Não podemos nos acomodar, é preciso continuar trabalhando em conjunto para encontrar uma forma de manter o projeto em funcionamento e com novas ferramentas", aponta.
Projeto vencedor
Elisângela confeccionou um livro utilizando figuras da realidade indígena e linguagem de sinais, para ajudar no aprendizado dos alunos. Com a ideia, a professora se inscreveu no prêmio Educador nota Dez, onde foi vencedora.
A educadora conta que sentiu a necessidade de elaborar um material didático próprio, pois seus alunos falam a língua materna, Paiter Suruí e a língua portuguesa. Mas quando saiam de dentro das comunidades para iniciar os estudos, tinham dificuldades, pois existem poucos materiais da língua materna disponíveis.
"Quando comecei a trabalhar com os alunos do 1o ao 5o ano percebi que eles tinham poucos materiais escritos na linguagem deles. E quando a criança sai da comunidade e vem para a escola, eles têm a necessidade de aprender a língua materna, já que essa é a primeira forma de linguagem que é apresentada a eles dentro das comunidades indigenas", explica.
O projeto de Elisângela foi batizado de "Mamug Koe Ixo Tig" e significa "A fala e a escrita da criança". Ele incluiu a elaboração de um material didático próprio em Paiter Suruí para os 15 alunos do 1o ao 5o ano do ensino fundamental, que estudam todos na mesma sala multisseriada.
No total, a escola tem 33 alunos e é uma de dez escolas localizadas na terra indígena dos Suruí em Rondônia, que tem cerca de 1.800 habitantes.
Selecionada entre 5 mil inscrições
Em sua 20ª edição, o Prêmio Educador Nota 10 bateu recorde e recebeu 5.006 inscrições. Os 50 finalistas receberam uma assinatura de um ano do site Nova Escola Clube. Além disso, os dez vencedores, que tiveram seus nomes divulgados em agosto, receberam a mesma assinatura e um vale-presente de R$ 15 mil. A escola deles também recebeu um vale-presente no valor de R$ 1 mil.
Já o prêmio Educador do Ano, que Elisângela recebeu inclui ainda outro vale-presente no valor de R$ 15 mil. A escola onde o projeto foi implementado leva como prêmio R$ 5 mil em vale-presente.
https://g1.globo.com/ro/cacoal-e-zona-da-mata/noticia/nao-caiu-a-ficha-ainda-diz-professora-vencedora-do-premio-educador-do-ano.ghtml
A premiação foi realizada noite do último (30) em São Paulo. A professora de 38 anos, trabalha na escola indígena Sertanista Francisco Meireles, localizada na aldeia Suruí da linha 12, a cerca de 60 km de Cacoal, e desenvolveu um projeto para preservar a língua e a escrita do povo Paiter Suruí.
"Ainda não caiu a ficha, mas foi muito emocionante, pois o prêmio estava muito disputado com projetos excelentes apresentados por professores premiados também no prêmio Educador Nota Dez, cada um dentro da diversidade dele, e conquistar o prêmio de Educador do Ano foi uma honra muito grande", destaca Elisângela.
A professora acredita que o destaque do projeto nacionalmente deve despertar um maior engajamento da sociedade e do setor em relação ao avanço da educação indígena no país.
"A nossa intenção quando realizamos o projeto é que o caderno de apoio a escrita Paiter Suruí possa ser utilizado por todas as outras escolas Suruí. Também é um momento para que o governo possa olhar para ajudar os professores de comunidades tradicionais a construir o material didático deles, pois a educação com a língua materna das crianças é uma forma de manter a identidade de cada povo", revela.
Elisângela revela que agora o desafio dela como educadora é trabalhar junto com os estudantes, professores e comunidade para aprimorar o projeto.
"Não podemos nos acomodar, é preciso continuar trabalhando em conjunto para encontrar uma forma de manter o projeto em funcionamento e com novas ferramentas", aponta.
Projeto vencedor
Elisângela confeccionou um livro utilizando figuras da realidade indígena e linguagem de sinais, para ajudar no aprendizado dos alunos. Com a ideia, a professora se inscreveu no prêmio Educador nota Dez, onde foi vencedora.
A educadora conta que sentiu a necessidade de elaborar um material didático próprio, pois seus alunos falam a língua materna, Paiter Suruí e a língua portuguesa. Mas quando saiam de dentro das comunidades para iniciar os estudos, tinham dificuldades, pois existem poucos materiais da língua materna disponíveis.
"Quando comecei a trabalhar com os alunos do 1o ao 5o ano percebi que eles tinham poucos materiais escritos na linguagem deles. E quando a criança sai da comunidade e vem para a escola, eles têm a necessidade de aprender a língua materna, já que essa é a primeira forma de linguagem que é apresentada a eles dentro das comunidades indigenas", explica.
O projeto de Elisângela foi batizado de "Mamug Koe Ixo Tig" e significa "A fala e a escrita da criança". Ele incluiu a elaboração de um material didático próprio em Paiter Suruí para os 15 alunos do 1o ao 5o ano do ensino fundamental, que estudam todos na mesma sala multisseriada.
No total, a escola tem 33 alunos e é uma de dez escolas localizadas na terra indígena dos Suruí em Rondônia, que tem cerca de 1.800 habitantes.
Selecionada entre 5 mil inscrições
Em sua 20ª edição, o Prêmio Educador Nota 10 bateu recorde e recebeu 5.006 inscrições. Os 50 finalistas receberam uma assinatura de um ano do site Nova Escola Clube. Além disso, os dez vencedores, que tiveram seus nomes divulgados em agosto, receberam a mesma assinatura e um vale-presente de R$ 15 mil. A escola deles também recebeu um vale-presente no valor de R$ 1 mil.
Já o prêmio Educador do Ano, que Elisângela recebeu inclui ainda outro vale-presente no valor de R$ 15 mil. A escola onde o projeto foi implementado leva como prêmio R$ 5 mil em vale-presente.
https://g1.globo.com/ro/cacoal-e-zona-da-mata/noticia/nao-caiu-a-ficha-ainda-diz-professora-vencedora-do-premio-educador-do-ano.ghtml
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