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Indígenas Mebêngôkre-Kayapó previnem incêndios na Terra Indígena Las Casas, no Pará, com apoio da Funai e Ibama
29/07/2025
Fonte: Funai - https://www.gov.br
A Terra Indígena (TI) Las Casas, do povo Mebêngôkre-Kayapó, localizada entre os municípios de Redenção, Pau D'Arco e Floresta do Araguaia, no Pará, é destaque pelo protagonismo indígena no combate aos incêndios na região que ameaçam o bioma Amazônico. A brigada federal indígena do território executa ações de queima prescrita, monitoramento territorial e reflorestamento, alinhando práticas ancestrais e preservação da biodiversidade. O trabalho é realizado com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), vinculado ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
De acordo com dados do Prevfogo, entre junho e outubro de 2024, houve a detecção de 778 focos de calor dentro da TI Las Casas. O período abarca a época mais quente e com maior possibilidade de incêndios florestais. Em 2025, o trabalho foi intensificado com o objetivo de diminuir os índices de focos de calor e incêndios por meio de ações de prevenção e monitoramento pelos brigadistas indígenas contratados.
A região da TI Las Casas está inserida no chamado "arco do desmatamento", uma das áreas mais afetadas pela conversão de florestas em pastagens, especialmente pela atividade de pecuária de corte, que recorre ao uso do fogo para manejo convencional das áreas de pasto. Esse cenário agrava os riscos de incêndios florestais, especialmente durante os períodos de estiagem prolongada, prejudicando diretamente a biodiversidade, a fertilidade do solo, a disponibilidade de caça, a qualidade do ar e a saúde da população indígena na região do sudeste do Pará
Queima prescrita
Os Mebêngôkre-Kayapó têm adotado uma série de ações preventivas e de cuidado com o território. Uma das práticas utilizadas é a queima prescrita, que foi realizada pela primeira vez este ano.
A queima prescrita é uma prática que envolve planejamento, monitoramento e controle rigoroso do fogo. Diferente dos incêndios, ela é realizada de forma controlada, com fogo de baixa intensidade, para reduzir os impactos ao solo e às espécies nativas, contribuindo para o manejo sustentável dos ecossistemas.
Leonardo Filho, coordenador técnico local da Funai em Redenção, no Pará, celebrou o começo das atividades dos brigadistas indígenas. "Iniciamos o trabalho de queima prescrita esse ano, ação importante para prevenção a incêndios florestais, já que contribui para o controle de matéria orgânica acumulada" disse.
William Gonçalves, técnico ambiental e responsável pela equipe técnica do Prevfogo/Ibama, no Pará, ressaltou o êxito da parceria entre os órgãos. "Havia muitas queimadas na região da TI Las Casas, devido a esse combustível florestal acumulado - capim, galhos, etc. Fizemos o manejo dessa situação com brigadistas de queimas prescritas de Brasília e demos continuidade com a formação e contratação de uma brigada federal na TI", destacou.
Tecnologia ancestral
Os indígenas alinham a atuação dos órgãos com a tecnologia ancestral para uso controlado do fogo. Eles constroem aceiros - faixas de terra livre de vegetação - que funcionam como barreiras para evitar o alastramento do fogo. Essas ações são planejadas e executadas durante a contração de 6 meses dos brigadistas indígenas.
Além da queima prescrita, os indígenas realizam o monitoramento territorial, identificam possíveis focos de incêndio, recuperam nascentes e promovem o reflorestamento com mudas frutíferas tradicionais da cultura Kayapó. As atividades beneficiam 465 pessoas que vivem na Terra Indígena, segundo o Censo do IBGE de 2022.
Novas instalações
Como parte do fortalecimento das ações, a base da brigada indígena, que antes era uma estrutura simples coberta de palha, foi reformada. A nova instalação oferece melhores condições para o trabalho de prevenção e combate aos incêndios em uma das menores Terras Indígenas habitadas pelos Mebêngôkre-Kayapó.
Geraldo Pereira, da coordenação regional da Funai no Sul do Pará, explica a importância dos esforços conjuntos. "Os indígenas têm o conhecimento ancestral. Nós entramos com apoio financeiro, logístico e formativo. Sem esse trabalho em rede, dificilmente conseguiríamos resolver individualmente os problemas na região", destaca o servidor que atua com ações de Manejo Integrado do Fogo (MIF).
Atuação conjunta
A atuação articulada entre Funai e Prevfogo/Ibama oferece suporte logístico, acompanhamento qualificado da especificidade indígena, pagamento das brigadas e a execução efetiva da política de prevenção e combate aos incêndios florestais. Os órgãos também realizam capacitações e campanhas educativas, com foco na redução dos impactos do fogo em áreas sensíveis como as terras indígenas.
A TI Las Casas foi oficialmente identificada em 2003 e homologada em 2009, marcando um avanço no reconhecimento dos direitos territoriais dos Mebêngôkre-Kayapó na região. Hoje, o território se consolida como exemplo de gestão ambiental integrada, demonstrando como o conhecimento tradicional indígena aliado a políticas públicas eficazes pode preservar vidas, florestas e culturas.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/indigenas-mebengokre-kayapo-previnem-incendios-na-terra-indigena-las-casas-no-para-com-apoio-da-funai-e-ibama
De acordo com dados do Prevfogo, entre junho e outubro de 2024, houve a detecção de 778 focos de calor dentro da TI Las Casas. O período abarca a época mais quente e com maior possibilidade de incêndios florestais. Em 2025, o trabalho foi intensificado com o objetivo de diminuir os índices de focos de calor e incêndios por meio de ações de prevenção e monitoramento pelos brigadistas indígenas contratados.
A região da TI Las Casas está inserida no chamado "arco do desmatamento", uma das áreas mais afetadas pela conversão de florestas em pastagens, especialmente pela atividade de pecuária de corte, que recorre ao uso do fogo para manejo convencional das áreas de pasto. Esse cenário agrava os riscos de incêndios florestais, especialmente durante os períodos de estiagem prolongada, prejudicando diretamente a biodiversidade, a fertilidade do solo, a disponibilidade de caça, a qualidade do ar e a saúde da população indígena na região do sudeste do Pará
Queima prescrita
Os Mebêngôkre-Kayapó têm adotado uma série de ações preventivas e de cuidado com o território. Uma das práticas utilizadas é a queima prescrita, que foi realizada pela primeira vez este ano.
A queima prescrita é uma prática que envolve planejamento, monitoramento e controle rigoroso do fogo. Diferente dos incêndios, ela é realizada de forma controlada, com fogo de baixa intensidade, para reduzir os impactos ao solo e às espécies nativas, contribuindo para o manejo sustentável dos ecossistemas.
Leonardo Filho, coordenador técnico local da Funai em Redenção, no Pará, celebrou o começo das atividades dos brigadistas indígenas. "Iniciamos o trabalho de queima prescrita esse ano, ação importante para prevenção a incêndios florestais, já que contribui para o controle de matéria orgânica acumulada" disse.
William Gonçalves, técnico ambiental e responsável pela equipe técnica do Prevfogo/Ibama, no Pará, ressaltou o êxito da parceria entre os órgãos. "Havia muitas queimadas na região da TI Las Casas, devido a esse combustível florestal acumulado - capim, galhos, etc. Fizemos o manejo dessa situação com brigadistas de queimas prescritas de Brasília e demos continuidade com a formação e contratação de uma brigada federal na TI", destacou.
Tecnologia ancestral
Os indígenas alinham a atuação dos órgãos com a tecnologia ancestral para uso controlado do fogo. Eles constroem aceiros - faixas de terra livre de vegetação - que funcionam como barreiras para evitar o alastramento do fogo. Essas ações são planejadas e executadas durante a contração de 6 meses dos brigadistas indígenas.
Além da queima prescrita, os indígenas realizam o monitoramento territorial, identificam possíveis focos de incêndio, recuperam nascentes e promovem o reflorestamento com mudas frutíferas tradicionais da cultura Kayapó. As atividades beneficiam 465 pessoas que vivem na Terra Indígena, segundo o Censo do IBGE de 2022.
Novas instalações
Como parte do fortalecimento das ações, a base da brigada indígena, que antes era uma estrutura simples coberta de palha, foi reformada. A nova instalação oferece melhores condições para o trabalho de prevenção e combate aos incêndios em uma das menores Terras Indígenas habitadas pelos Mebêngôkre-Kayapó.
Geraldo Pereira, da coordenação regional da Funai no Sul do Pará, explica a importância dos esforços conjuntos. "Os indígenas têm o conhecimento ancestral. Nós entramos com apoio financeiro, logístico e formativo. Sem esse trabalho em rede, dificilmente conseguiríamos resolver individualmente os problemas na região", destaca o servidor que atua com ações de Manejo Integrado do Fogo (MIF).
Atuação conjunta
A atuação articulada entre Funai e Prevfogo/Ibama oferece suporte logístico, acompanhamento qualificado da especificidade indígena, pagamento das brigadas e a execução efetiva da política de prevenção e combate aos incêndios florestais. Os órgãos também realizam capacitações e campanhas educativas, com foco na redução dos impactos do fogo em áreas sensíveis como as terras indígenas.
A TI Las Casas foi oficialmente identificada em 2003 e homologada em 2009, marcando um avanço no reconhecimento dos direitos territoriais dos Mebêngôkre-Kayapó na região. Hoje, o território se consolida como exemplo de gestão ambiental integrada, demonstrando como o conhecimento tradicional indígena aliado a políticas públicas eficazes pode preservar vidas, florestas e culturas.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/indigenas-mebengokre-kayapo-previnem-incendios-na-terra-indigena-las-casas-no-para-com-apoio-da-funai-e-ibama
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