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Esperança de mitigar os efeitos da emergência climática começa pelos povos indígenas, diz Funai

29/07/2025

Fonte: Funai - https://www.gov.br



Não se pode falar em justiça climática sem falar nos povos indígenas que são os guardiões das florestas dentro dos seus territórios e fora deles. Foi o que reforçou a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) nesta terça-feira (29), durante a abertura do III Seminário de Justiça Climática, com o tema "O papel central dos povos indígenas e seus territórios nas estratégias de mitigação". O evento segue até quinta-feira (31) em Brasília (DF).

"A gente acredita que no Brasil ainda há uma esperança de mitigar os efeitos da emergência climática e essa esperança começa pelos povos indígenas. Sem eles não há possibilidade de transformar essa triste realidade [da emergência climática] que atualmente afeta a humanidade, principalmente, os povos indígenas, chegando ao ponto de perderem suas vidas pela preservação das florestas e de sua ancestralidade", evidenciou a presidenta substituta da Funai, Mislene Metchacuna.

Para Mislene, mais do que guardiões da floresta e barreiras para o desmatamento e demais ações nocivas que degradam os territórios, os povos indígenas têm uma importância fundamental que precisa ser reconhecida não só no Brasil como também no cenário internacional.

"A gente vem para o seminário com essa expectativa de que a gente possa discutir sobre a autodeterminação dos povos indígenas e demarcação dos territórios, que ainda é o desafio que enfrentamos por constantes ameaças de prosseguir com as etapas do processo, em razão de legislações e propostas legislativas que ameaçam os direitos indígenas", frisou a presidenta substituta.

Além de Mislene Metchacuna, participaram da abertura do seminário a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara; o secretário Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Aloisio Melo; o secretário adjunto de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Adriano Santhiago; o diretor-executivo da Apib, Kleber Karipuna; a diretora-executiva da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), Joziléia Kaingang; e a co-presidente do Caucus Indígena da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) e coordenadora Nacional do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas (CIMC), Sineia do Vale.

O seminário
O evento é uma realização do Ministério dos Povos Indígenas (MPI) em parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). E conta com o apoio da Funai; do MMA; da Cooperação Técnica Alemã no Brasil (GIZ); do Instituto Clima e Sociedade (iCS); e do Environmental Defense Fund (EDF).

O objetivo do seminário é dar visibilidade ao processo de revisão e elaboração do Plano Clima para integrar a visão dos povos indígenas nas ações e metas do eixo voltado para a mitigação. Para os organizadores do evento, incluir os povos indígenas no processo de construção do referido plano promove a justiça climática enquanto pilar da política climática. Avançar no processo de demarcação e de recuperação das áreas degradadas em territórios indígenas também é fundamental, segundo os organizadores.

Plano Clima
O Plano Clima é uma iniciativa do Governo do Brasil para enfrentamento à mudança do clima no país até 2035. Sua elaboração é conduzida, desde o segundo semestre de 2023, pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), integrado por representantes de 23 ministérios, pela Rede Clima e pelo Fórum Brasileiro de Mudança do Clima.

O Plano Clima terá dois pilares. O primeiro é voltado à mitigação, ou seja, à redução das emissões de gases de efeito estufa, cuja alta concentração na atmosfera provoca o aquecimento global. O segundo trata da adaptação dos sistemas naturais e humanos aos impactos da mudança do clima.

https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/esperanca-de-mitigar-os-efeitos-da-emergencia-climatica-comeca-pelos-povos-indigenas-diz-funai
 

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