De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Quatro décadas de devastação florestal
06/09/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Quatro décadas de devastação florestal
Série histórica revela a imensa área do Brasil atingida pelo desmatamento, que foi mais intenso até 2005
Entre 1985 e 2024, a destruição atingiu 1,17 milhão de km². Quase metade da perda de vegetação nativa ocorreu na amazônia
06/09/2025
A cada ano, cerca-se de ansiedade a divulgação de dados de desmatamento nos biomas brasileiros, com amazônia e cerrado à frente. Em porcentagem do território as perdas parecem pequenas, mas são dezenas de milhares de quilômetros quadrados derrubados anualmente -e o impacto acumulado disso, acabrunhador.
Para marcar o Dia da Amazônia, 5 de setembro, a Folha compilou informações do levantamento da iniciativa não governamental MapBiomas, de 1985 a 2024, realizado com base em imagens de satélites. A série aponta que o país perdeu 1,17 milhão de km² em quatro décadas, superfície equivalente às da França e da Espanha somadas.
Áreas florestadas prestam serviços ecossistêmicos essenciais. Um deles está na estocagem de carbono, que, uma vez derrubada a mata, alcança a atmosfera na forma de gás carbônico (CO2) e agrava o aquecimento global, impulsionando a crise do clima.
Também é preocupante a perturbação do ciclo hidrológico garantido pelas florestas, que regularizam chuvas e vazão dos rios. Assim, minoram os riscos de erosão, tempestades, enchentes e deslizamentos. O MapBiomas emite alarme a respeito: em 40 anos, o Brasil perdeu 12% de áreas úmidas, com destaque para o pantanal, assolado por secas e incêndios nos últimos anos.
O avanço da agropecuária aparece como vetor principal de desflorestamento, que vitimou de modo acentuado a região amazônica. Lá está quase metade da perda de vegetação nativa nos últimos 40 anos. Em seguida, vem o cerrado, onde a superfície tomada por pastagens e plantações saltou de 27% a 47% no período.
O ritmo da devastação foi mais intenso nas duas primeiras décadas consideradas na pesquisa, a evidenciar que o Estado despertou para implementar medidas de controle. No decênio seguinte, as taxas de desmate começaram a cair, mas, a partir de 2015, nova tendência de alta se manifestou.
Segundo dados do programa Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2004, a área derrubada na amazônia foi de 27,7 mil km², cifra que foi encolhendo até chegar a menos de um quinto disso, em 2014. Vieram então repiques que chegaram a 13 mil km² em 2021, no governo de Jair Bolsonaro (PL), recuando até 6,3 mil km² em 2024,
Para o cerrado, a série histórica do Prodes foi iniciada apenas em 2019. Ali também se observou expansão acentuada até 2023, quando a destruição atingiu 11 mil km². Em 2024, houve recuo para 8,2 mil km² nesse que é o bioma mais devastado do Brasil depois da mata atlântica -onde a maior parte do corte raso ocorreu antes de 1985.
A dois meses da COP30, o Planalto tem alguns trunfos para exibir na contenção de sua principal fonte de emissões de gases do efeito estufa. Uma análise retrospectiva mais atenta, contudo, deixa claro que a governança ambiental é frágil no país e sujeita a vendavais políticos.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/09/quatro-decadas-de-devastacao-florestal.shtml
Série histórica revela a imensa área do Brasil atingida pelo desmatamento, que foi mais intenso até 2005
Entre 1985 e 2024, a destruição atingiu 1,17 milhão de km². Quase metade da perda de vegetação nativa ocorreu na amazônia
06/09/2025
A cada ano, cerca-se de ansiedade a divulgação de dados de desmatamento nos biomas brasileiros, com amazônia e cerrado à frente. Em porcentagem do território as perdas parecem pequenas, mas são dezenas de milhares de quilômetros quadrados derrubados anualmente -e o impacto acumulado disso, acabrunhador.
Para marcar o Dia da Amazônia, 5 de setembro, a Folha compilou informações do levantamento da iniciativa não governamental MapBiomas, de 1985 a 2024, realizado com base em imagens de satélites. A série aponta que o país perdeu 1,17 milhão de km² em quatro décadas, superfície equivalente às da França e da Espanha somadas.
Áreas florestadas prestam serviços ecossistêmicos essenciais. Um deles está na estocagem de carbono, que, uma vez derrubada a mata, alcança a atmosfera na forma de gás carbônico (CO2) e agrava o aquecimento global, impulsionando a crise do clima.
Também é preocupante a perturbação do ciclo hidrológico garantido pelas florestas, que regularizam chuvas e vazão dos rios. Assim, minoram os riscos de erosão, tempestades, enchentes e deslizamentos. O MapBiomas emite alarme a respeito: em 40 anos, o Brasil perdeu 12% de áreas úmidas, com destaque para o pantanal, assolado por secas e incêndios nos últimos anos.
O avanço da agropecuária aparece como vetor principal de desflorestamento, que vitimou de modo acentuado a região amazônica. Lá está quase metade da perda de vegetação nativa nos últimos 40 anos. Em seguida, vem o cerrado, onde a superfície tomada por pastagens e plantações saltou de 27% a 47% no período.
O ritmo da devastação foi mais intenso nas duas primeiras décadas consideradas na pesquisa, a evidenciar que o Estado despertou para implementar medidas de controle. No decênio seguinte, as taxas de desmate começaram a cair, mas, a partir de 2015, nova tendência de alta se manifestou.
Segundo dados do programa Prodes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2004, a área derrubada na amazônia foi de 27,7 mil km², cifra que foi encolhendo até chegar a menos de um quinto disso, em 2014. Vieram então repiques que chegaram a 13 mil km² em 2021, no governo de Jair Bolsonaro (PL), recuando até 6,3 mil km² em 2024,
Para o cerrado, a série histórica do Prodes foi iniciada apenas em 2019. Ali também se observou expansão acentuada até 2023, quando a destruição atingiu 11 mil km². Em 2024, houve recuo para 8,2 mil km² nesse que é o bioma mais devastado do Brasil depois da mata atlântica -onde a maior parte do corte raso ocorreu antes de 1985.
A dois meses da COP30, o Planalto tem alguns trunfos para exibir na contenção de sua principal fonte de emissões de gases do efeito estufa. Uma análise retrospectiva mais atenta, contudo, deixa claro que a governança ambiental é frágil no país e sujeita a vendavais políticos.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/09/quatro-decadas-de-devastacao-florestal.shtml
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