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SC: Estudantes indígenas da UFSC realizam uma nova Ocupação exigindo mais moradias indígenas

10/10/2025

Fonte: A Nova Democracia - https://anovademocracia.com.br



Estudantes indígenas de diferentes cursos da UFSC, ocupam a Secretaria de Esportes (SESP) do campus Trindade, para a utilizarem como alojamento. Os alunos exigem a construção do projeto de uma Moradia Indígena definitiva, que está parado há anos. Localizada próxima ao Alojamento da Licenciatura Intercultural Indígena, a ocupação conta com três quartos, uma cozinha, banheiros e diversas camas. Os estudantes agora organizam sua Ocupação até que lhes seja garantida uma moradia definitiva.

Além da exigência de um novo alojamento, os alunos denunciam o descaso da Reitoria com a Maloca, o atual espaço de alojamento estudantil indígena. Fruto de uma Ocupação que ocorre desde 2016, a Maloca foi resultado de diversas mobilizações estudantis exigindo uma política de moradia para os estudantes indígenas. Desde o início da Ocupação existiam diversos problemas de salubridade no local, como a circulação de ar e infiltrações de água na cozinha, o que não impediu o movimento dos estudantes, justamente por seu caráter provisório, até que a moradia definitiva fosse construída.

O correspondente local de AND em Florianópolis entrevistou duas lideranças dos indígenas da Ocupação, que contaram sobre os motivos da Ocupação, suas reivindicações e como vêm sendo tratados pela universidade:

"A gente tem vários problemas de permanência na UFSC, todos os espaços estão com superlotação. Lá tem crianças, tem mães, mas a UFSC não dá esse amparo que deveria, uma universidade que se diz de tanto destaque, mas que as políticas de permanência não estão acontecendo."

Atualmente, a Maloca se tornou parte da política indigena oficial da UFSC, que não leva adiante o projeto de moradia, o que torna o ambiente superlotado, piorando a convivência dos presentes. Além disso, não foram realizadas manutenções no local, que já possui diversas rachaduras em sua estrutura e cujas infiltrações de água preocupam os estudantes em dias de chuvas intensas.

Os estudantes seguem sendo ignorados pela Reitoria, após diversos pedidos de reforma da Maloca e da construção de novos alojamentos, e, frente a uma situação cada dia mais insustentável, resolveram ocupar a SESP. Até o momento, somente uma parte dos estudantes da Maloca interessados em mudar de moradia conseguiu ocupar o novo prédio.

"Daqui a pouco a UFSC vai para aldeias falar de vestibular, fazer propaganda da universidade. Quando chega aqui, não tem lugar para morar, porque não temos condições de pagar aluguel aqui. Falando sobre a moradia, isso faz com que façamos esse movimento para a Universidade perceber que precisamos de um espaço nosso, já foi criado um projeto, mas está parado. Toda coisa que eles falam para a gente na reunião é 'não peçam dinheiro para a gente, a Universidade não tem dinheiro."

"Tem aluno que fica doente nessas moradias, sai com depressão, por isso não se formam. O diálogo com a PRAE já se tornou um diálogo inútil, em que nada muda. Quando a gente vai ver um discurso do reitor, da vice-reitora, dos pró-reitores, é lindo. Um discurso de políticas públicas que funcionam, mas a gente sabe que é mentira. Quem vive aqui sabe. A universidade faz muita política para ser inclusiva. Eles fazem para minorias, para ficar bonito na foto, mas eles não conseguem resolver nenhum problema desses, não adianta ficar falando e não conseguir resolver nenhum problema mínimo."

A ocupação pede apoio
O Movimento exige a construção de um novo projeto de moradia, além da reforma do atual espaço superlotado, a Maloca. Os estudantes buscam unificar as demandas indígenas em torno dessa nova Ocupação, avançando com sua mobilização combativa para que seus direitos sejam garantidos e fazendo pressão na Reitoria para que promessas que já se arrastam há anos sejam cumpridas.

Estudantes independentes do Movimento Maruí e da Comissão de Fundação da Executiva Catarinense de Estudantes de Pedagogia, estão dando apoio para a mobilização, tanto para questões logísticas e de segurança, como na divulgação do movimento. Abaixo segue o vídeo publicado no Instagram do Movimento Maruí abordando o assunto.

Os estudantes agora estão recebendo doações através do pix djsgakran@gmail.com e reafirmam que todo apoio é necessário. Continuaremos acompanhando o Movimento conforme novos fatos se desenrolarem.

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