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Marcha pelo Clima em Belém pede fim dos fósseis, demarcação de terras e adaptação climática

15/11/2025

Autor: Waldick Junior

Fonte: A Critica - https://www.acritica.com



Belém - Mais de 30 mil pessoas ocuparam as ruas de Belém (PA), neste sábado (15), na Marcha Mundial pelo Clima. A mobilização, que ocorre no período em que a cidade recebe a Conferência da ONU sobre Mudança do Clima (COP 30), pediu o fim do uso de combustíveis fósseis, a demarcação de terras indígenas e por políticas de adaptação aos extremos climáticos.

A marcha teve início no Mercado de São Brás e se estendeu por mais de duas horas até finalizar nas proximidades da Aldeia Amazônica. O percurso foi guiado por manifestantes entoando palavras de ordem em trios elétricos. Em um deles, no início da marcha, estavam as ministras Marina Silva (Meio Ambiente) e Sônia Guajajara (Povos Indígenas).


A mobilização ocorreu após uma primeira semana da Conferência marcada pela pressão popular sobre o evento, especialmente de populações indígenas. Elas cobram demarcações de terras, o fim de projetos de petróleo e mineração na Amazônia e a derrubada do Decreto 12.600/2025, assinado por Lula (PT), que liberou para concessão os rios Madeira, Tapajós e Tocantins.

Entre os cartazes na marcha, era comum encontrar mensagens contra a exploração de combustíveis fósseis. Em uma parte da marcha, um grupo vestido de preto, carregando caixões e caveiras, chegou a realizar o "funeral dos fósseis".

Também havia mensagens sobre a resposta da crise climática estar com as populações tradicionais, e pela importância de barrar a exploração desenfreada dos recursos naturais para evitar o colapso do planeta.

"Estamos aqui para falar do clima, o mundo está pedindo socorro, e somos nós mesmos, povos indígenas, que temos resposta. O clima está esquentando muito, muito calor, muita chuva, muito vento forte, trovões", afirma Yamalui Kuikuro, da terra indígena do Xingu.

Para além das populações tradicionais, a marcha também contou com a participação de moradores de Belém, insatisfeitos com a mudança do clima e a baixa capacidade de os países avançarem em acordos.

A estudante de fisioterapia Tatiane Santana foi convidada por amigos para participar da marcha e topou, entendendo que a força da sociedade civil pode impulsionar os países a buscarem soluções efetivas para o problema.

"Eu vim em busca da justiça, porque como eu sou nortista, nasci e me criei aqui A gente está passando por um tempo muito difícil aqui na cidade O clima está muito louco, as chuvas estão bem intensas, o calor muito intenso", afirma. "Espero que os países tenham um acordo mútuo, e espero que venha para melhorar mesmo, não só a questão da Amazônia em si, mas como do mundo todo também", defendeu.

Havia previsão de leitura da carta da marcha, que seria entregue à presidência da COP e ao governo brasileiro. Esta agenda foi transferida para a manhã deste domingo (16).

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