De Povos Indígenas no Brasil
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Ministro recebe modelo de manejo sustentável
15/06/1995
Fonte: A Critica
Ministro recebe modelo de manejo sustentável
O plano de manejo florestal será desenvolvido em área indígena no município de Paranauapeba
Técnicos do Instituto Socioambiental de São Paulo e membros do povo Xikrin do Cateté - um subgrupo caiapó - apresentaram anteontem ao ministro da Justiça, Nélson Jobim, o primeiro plano de manejo sustentável de recursos madeireiros em reserva indígena. O projeto será desenvolvido na área indígena Xikrin do rio Cateté, no município de Paranauapeba, sul do Estado do Pará. A reserva, onde vivem 517 índios, tem mais de 439 mil hectares e está cercada por fazendas de gado que substituíram a mata.
Pela manhã, cópias do plano foram entregues ao presidente da Funai, Dinarte Nobre de Madeiro, em Brasília, e na sede regional do Ibama, em Belém, Pará, onde o plano deve passar por uma avaliação técnica antes de receber autorização rara ser implantado. Ontem pela manhã o plano foi apresentado ao presidente do Ibama, Raul Jungmann, e numa segunda audiência ao ministro do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, Gustavo Krause.
A antropóloga Isabelle Giannini, do Instituto Socioambiental de São Paulo, disse que dependendo da autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o manejo da floresta começará ainda este mês. Isabelle espera que a autorização do Ibama-Belém(para o início do plano de manejo) seja dado o mais rápido possível já que existe um período certo para a execução do plano, é a da seca na região, de junho a outubro.
A área dos índios Xikrin está demarcada desde 1981 e em 1991 foi homologada pelo governo Federal. A partir de 1989, a exploração do mogno pelas madeireiras, feita através de -contratos entre as madeireiras e os Xikrin, quase destruiu a reserva, provocou desestruturação social, danos ambientais e maior incidência de doenças. Em cinco anos, as madeireiras abriram mais de 400 quilômetros de estradas ilegais para escoar madeira, principalmente mogno.
Em 1992, a comunidade indígena de Xikrin do Cateté expulsou as madeireiras e junto com o Instituto Socioambiental de São Paulo e o Instituto do Meio Ambiente do Pará começaram a estudar um plano alternativo de exploração da floresta. O projeto introduz no Brasil técnicas de manejo sustentável de florestas nativas usadas em outros países tropicais, como a Costa Rica.
0 plano foi elaborado a partir de uni inventário florestal feito na área para mapear sua cobertura vegetal e avaliar seu potencial madeireiro. O manejo prevê a utilização econômica da madeira nobre em apenas 10% do território indígena, durante um período mínimo de 30 anos. Serão exploradas pelo sistema de rodízio faixas de terra equivalente a mil ou 1.500 hectares. A produção estimada é de 4 mil metros cúbicos por ano.
Técnicos e engenheiros florestais da Esalq/USP (Faculdade de Agronomia da Universidade de São Paulo) colaboraram na elaboração do plano, A exploração comercialização e administração do dinheiro obtido com a venda de madeira será feita pela Associação Bep-Noi, que reúne a comunidade Xikrin. 'Se for bem sucedida a iniciativa poderá ser implantada nas outras área indígenas da região', disse Isabelle.
Antes do corte, será preciso preparar a exploração, com o corte dos cipós, a marcação das árvores, reduzindo o impacto ambiental.
Como os índios não têm conhecimento na atividade madeireira, o Instituto Socioambiental vai usar a tecnologia desenvolvida experimentalmente pelo Instituto do Meio Ambiente do Pará.
A Crítica, 15/06/1995
O plano de manejo florestal será desenvolvido em área indígena no município de Paranauapeba
Técnicos do Instituto Socioambiental de São Paulo e membros do povo Xikrin do Cateté - um subgrupo caiapó - apresentaram anteontem ao ministro da Justiça, Nélson Jobim, o primeiro plano de manejo sustentável de recursos madeireiros em reserva indígena. O projeto será desenvolvido na área indígena Xikrin do rio Cateté, no município de Paranauapeba, sul do Estado do Pará. A reserva, onde vivem 517 índios, tem mais de 439 mil hectares e está cercada por fazendas de gado que substituíram a mata.
Pela manhã, cópias do plano foram entregues ao presidente da Funai, Dinarte Nobre de Madeiro, em Brasília, e na sede regional do Ibama, em Belém, Pará, onde o plano deve passar por uma avaliação técnica antes de receber autorização rara ser implantado. Ontem pela manhã o plano foi apresentado ao presidente do Ibama, Raul Jungmann, e numa segunda audiência ao ministro do Meio Ambiente, Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, Gustavo Krause.
A antropóloga Isabelle Giannini, do Instituto Socioambiental de São Paulo, disse que dependendo da autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) o manejo da floresta começará ainda este mês. Isabelle espera que a autorização do Ibama-Belém(para o início do plano de manejo) seja dado o mais rápido possível já que existe um período certo para a execução do plano, é a da seca na região, de junho a outubro.
A área dos índios Xikrin está demarcada desde 1981 e em 1991 foi homologada pelo governo Federal. A partir de 1989, a exploração do mogno pelas madeireiras, feita através de -contratos entre as madeireiras e os Xikrin, quase destruiu a reserva, provocou desestruturação social, danos ambientais e maior incidência de doenças. Em cinco anos, as madeireiras abriram mais de 400 quilômetros de estradas ilegais para escoar madeira, principalmente mogno.
Em 1992, a comunidade indígena de Xikrin do Cateté expulsou as madeireiras e junto com o Instituto Socioambiental de São Paulo e o Instituto do Meio Ambiente do Pará começaram a estudar um plano alternativo de exploração da floresta. O projeto introduz no Brasil técnicas de manejo sustentável de florestas nativas usadas em outros países tropicais, como a Costa Rica.
0 plano foi elaborado a partir de uni inventário florestal feito na área para mapear sua cobertura vegetal e avaliar seu potencial madeireiro. O manejo prevê a utilização econômica da madeira nobre em apenas 10% do território indígena, durante um período mínimo de 30 anos. Serão exploradas pelo sistema de rodízio faixas de terra equivalente a mil ou 1.500 hectares. A produção estimada é de 4 mil metros cúbicos por ano.
Técnicos e engenheiros florestais da Esalq/USP (Faculdade de Agronomia da Universidade de São Paulo) colaboraram na elaboração do plano, A exploração comercialização e administração do dinheiro obtido com a venda de madeira será feita pela Associação Bep-Noi, que reúne a comunidade Xikrin. 'Se for bem sucedida a iniciativa poderá ser implantada nas outras área indígenas da região', disse Isabelle.
Antes do corte, será preciso preparar a exploração, com o corte dos cipós, a marcação das árvores, reduzindo o impacto ambiental.
Como os índios não têm conhecimento na atividade madeireira, o Instituto Socioambiental vai usar a tecnologia desenvolvida experimentalmente pelo Instituto do Meio Ambiente do Pará.
A Crítica, 15/06/1995
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