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Índios aprendem a fabricar sabão

17/05/2006

Autor: Juracy Xangai

Fonte: Página 20-Rio Branco-AC



Extensionistas da Seater ensinam a aproveitar matéria-prima das aldeias para fazer produtos de higiene e limpeza

Técnico da Seater utiliza produtos das aldeias durante curso


Aprender a fazer fazendo. Assim as índias da aldeia kaxinawá da Nova Fronteira, alto rio Purus aprenderam a fabricar sabão, produto raro, caro e necessário para quem vive na floresta e pouco tem a vender.

As várias fórmulas de fazer sabão a frio foram ensinadas aos índios pela extensionista Maria Nogueira de Queiroz, da gerência de extensão indígena da Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal (Seater). Homens e mulheres apresentam igual interesse e participam juntos do curso, que contou com 23 aprendizes das aldeias Nova Fronteira, Novo Lugar e Nova Moema.

"O treinamento é simples: apresentamos os produtos e as quantidades que devem usar, preparamos a primeira baciada de sabão utilizando coisas e vasilhas que eles já têm na aldeia. Faço o primeiro sabão e eles têm de fazer os outros. É uma festa, todo mundo se diverte, ri muito, mas presta bastante atenção", relata Nogueira.

Durante o curso eles aprenderam a preparar sabão em barra e líquido a base de sebo de vaca aromatizados com alfavaca, erva-cidreira, capim-santo, limão, laranja e outras essências da floresta, conforme a preferência de quem misturava a fórmula.

Já a extensionista Zenilda Ferreira Nogueira, também da gerência de Extensão Indígena da Seater de Tarauacá, realizou oficinas de preparação de produtos de higiene junto aos índios kaxinawás das aldeias São Vicente e rio Humaitá situadas no rio Tarauacá.

Ali 34 mulheres e 29 homens de Tarauacá e seis de Feijó participaram do treinamento que, além do sabão e de sebo, incluiu a mandioca, o mamão e o fubá tingidos com tintol ou corantes naturais e aromatizados com limão, cidreira e plantas medicinais.

"Além do sabão em barra, ali também preparamos detergente, sabonete e xampu. Passamos também pelas aldeias do Carapanã e do Caucho, onde, além do plantio de urucum, eles estão animados com a criação de abelhas sem ferrão. Por enquanto o mel é só para consumo, mas estão adaptando os ninhos e logo vão poder vender o produto", explicou Zenilda.
 

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