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Comitiva diz que saúde indígena é referência

10/03/2010

Autor: Vanessa Lima

Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=81748




Com quase um milhão de indígenas distribuídos em seu território, o Canadá, país da América do Norte, possui em comum com o Brasil o isolamento geográfico das populações indígenas. Mas nem mesmo as dificuldades de acesso causadas pelo gelo ou a floresta fazem com que a assistência aos índios deixe de ser prestada com eficiência.

Em busca de conhecer a realidade e a forma como o governo brasileiro vem atuando junto à saúde indígena, uma comitiva de autoridades do Ministério da Saúde do Canadá desembarcou ontem no Amazonas e em Roraima.

No Estado, os quatro integrantes do órgão de saúde responsável pela assistência à população indígena daquele país conheceram as dependências da sede regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e as instalações da Casa de Apoio à Saúde do Índio (Casai), no Monte Cristo.

A comitiva conta ainda com dois profissionais do Ministério da Saúde do Brasil e quatro integrantes do Departamento de Saúde Indígena (Dsai) de Brasília, responsáveis por receber a delegação canadense para partilhar as questões da saúde indígena.

O Canadá possui 630 comunidades indígenas. Do total de índios, 60% vivem nas comunidades e 40% em cidades do país. Apesar da vasta experiência em saúde voltada à população indígena, a comitiva destacou as ações desenvolvidas pela Funasa como referências.

"Temos muito o que aprender com a Funasa pela maneira que o órgão tem implementado os programas para atender a população indígena, apesar do território tão grande e remoto. Estamos percebendo que talvez tivéssemos um entendimento errado sobre a saúde indígena no Brasil", disse Sonia Isaac-Mann, diretora assistente da Organização das Primeiras Nações para Saúde e Desenvolvimento Social.

Para implementar as ações do Brasil pontos como gerenciamento da informação e o uso da tecnologia, assim como é feito junto à população indígena canadense, foram destacados por Debra Gillis, diretora de Atenção Básica e Saúde do Ministério da Saúde do Canadá.

"O desenvolvimento de políticas específicas para a saúde e pesquisa também poderiam contribuir para o programa brasileiro voltado aos indígenas. Ficamos muito impressionados com o que já vimos de resultados. Os números com a parte de epidemiologia e coleta de informação são bem melhores do que no Canadá. A Funasa poderá nos ensinar a ter esta cobertura vacinal", destacou Gillis.

Hoje o grupo visita o polo-base Xitei, que fica na terra indígena Yanomami, e participará ainda do lançamento da campanha de vacinação dos indígenas contra o vírus Influenza (H1N1) amanhã.

O coordenador regional da Funasa, Marcelo Lopes, definiu a interação entre os dois organismos de saúde dos países como uma troca de experiências de grande importância. Assim como no Brasil, o Canadá possui diversas dificuldades, que são superadas com a utilização da tecnologia.

"No Brasil nós temos outras dificuldades, e essa troca de experiência é exatamente para que a gente consiga aliar aquilo que funciona bem aqui, transferir esse conhecimento para que eles levem para o Canadá e absorver o que funciona bem lá, em especial, o telesaúde", comentou Lopes.

O método é muito utilizado no país da América do Norte e funciona como intermédio para vídeoconferências, acompanhamento das equipes de trabalho em cada comunidade, atendimento a distância, formação e treinamento de pessoal de campo em área.

De acordo com o coordenador, Roraima terá vinte pontos de equipamentos de informática para implantação do telesaúde nos polo-base, que hoje somam 37. A previsão é para implantação ainda este ano.
 

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