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Assassinato de servidor ainda sem solução

28/04/2010

Autor: Nonato Sousa

Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/



Continua sem solução o assassinato do servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio), José Milamar Custódio da Silva, 54, mais conhecido por Milamar, cujo corpo foi encontrado carbonizado dentro de seu carro, uma pick-up L-200, que também foi destruída pelo fogo, no dia 7 de fevereiro deste ano, próximo a uma plantação de acácias na região do município do Bonfim.

Até ontem, passados exatos oitenta dias, do crime brutal que chocou a população e deixou a família enlutada, a Polícia Civil ainda não deu nenhuma resposta para o caso. Inicialmente a investigação foi presidida pelo delegado Wulpslander Trajano Júnior, do Bonfim, e depois foi passada para a DPI (Delegacia de Polícia do Interior), localizada na cidade Santa Cecília, no município do Cantá, que tem à frente o delegado Maique Evelin. A reportagem da Folha tentou falar com ele pelo celular à tarde, para saber sobre o andamento da investigação, mas a operadora informou que estava desligado ou fora de área.

Também foi feito contato com a delegacia do Cantá, mas de acordo com o agente que atendeu a ligação, o delegado não se encontrava na delegacia. A Folha ainda manteve contato com o delegado Rodrigo Kulay, atual titular da Delegacia de Bonfim, onde ocorreu o crime e este informou que o caso deve ser repassado para suas mãos, porém nesse momento o mesmo não poderia falar nada sobre a investigação.

CRIME - Milamar era servidor antigo da Funai e até ser encontrado morto, atuava como o chefe do posto do órgão na terra indígena Raposa Serra do Sol. De acordo com informação fornecida pela polícia e familiares da vítima, logo após a descoberta do crime, ele estava desaparecido há pelo menos três dias. Conforme informaram os familiares, Milamar saiu de casa no dia 4 de fevereiro sozinho dirigindo seu veículo em direção ao seu posto de trabalho e não foi mais visto com vida depois disso.

Os dias se passaram e a família não recebeu mais nenhuma notícia dele. Diante do súbito desaparecimento, os familiares comunicaram o caso à polícia que começou a investigar. No dia 7 de fevereiro uma denúncia anônima levou a polícia a encontrar uma pick-up L200 incendiada próximo a uma plantação de acácias. Dentro do veículo foi encontrado o corpo de uma pessoa carbonizada. Naquela ocasião ainda não se sabia que se tratava do carro e do corpo do servidor federal.

No entanto, com a chegada de familiares no local, estes de cara afirmaram que o corpo carbonizado se tratava de Milamar e reconheceram alguns objetos pessoais e o carro. Como a identificação visual estava impossível, os restos mortais do cadáver foi removido para estudo no IML (Instituto de Medicina Legal) e através do trabalho do perito odontólogo, que estudou a arcada dentária do cadáver, dias depois se confirmou ser do servidor federal, ocasião em que à família recebeu os restos mortais de Milamar e pôde sepultá-lo dignamente.

De lá para cá ficaram várias perguntas no ar. As principais são: quem cometeu tamanho crime bárbaro e o que teria motivado tanta crueldade? E até agora nenhuma resposta foi dada à família, que segue cobrando Justiça e a prisão do assassino de Milamar.

DENÚNCIA - Quem tiver qualquer informação que ajude a polícia a desvendar esse crime deve ligar para os telefones 0800 95 1000, 197 e 190 das polícias Civil e Militar.

http://www.folhabv.com.br/fbv/noticia.php?id=85175
 

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