De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Avião desaparece na reserva Yanomami
15/06/2010
Autor: Andrezza Trajano
Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br/
Um homem que não possui licença para pilotar aeronave está desaparecido desde a quarta-feira passada, 9, depois de levantar voo em um avião de pequeno porte em direção a garimpos na terra indígena Yanomami, a noroeste do estado.
Depois de decolar de uma pista não homologada próxima a RR-205, na zona rural de Boa Vista - a 45 quilômetros do centro da cidade -, ele não foi mais visto, não entrou em contato com a família nem pediu socorro.
Mauro Sérgio Alves da Silva está há poucos dias em Roraima. Ele já morou no estado há seis anos, quando trabalhava irregularmente como mecânico de aeronave. Segundo apurou a Folha, ele teria se mudado para Itaituba (PA), região conhecida pela intensa atividade garimpeira, onde teria aprendido a pilotar.
Ao retornar para Roraima, trouxe o monomotor Cessna 182, de prefixo PT-BIN, de sua propriedade, para empregar em garimpos. Apesar de o avião ter capacidade para três passageiros, Silva estava sozinho. Transportava apenas comida e combustível.
Como a atividade que executava é ilegal, garimpar em terra indígena é proibido pelas leis brasileiras, não há qualquer registro do voo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Tampouco houve acionamento do Departamento de Busca e Salvamento (Salvaero), ligado ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo 4 (Cindacta 4), sediado em Manaus (AM).
O Corpo de Bombeiros foi procurado anteontem pela mulher de Mauro e preparou uma ação de busca e salvamento. Sete militares se deslocam hoje para a região que estava prevista para ser percorrida por Mauro Silva.
Dois bombeiros atuarão na busca aérea, que será feita em um avião de pequeno porte e em um helicóptero. Na busca fluvial, cinco militares descerão o rio Mucajaí em duas embarcações.
Ao tomar conhecimento, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Paulo Sérgio Ribeiro, disse que comunicou o caso à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e à Base Aérea de Boa Vista e enviou ofício à Funai solicitando autorização para entrar na reserva.
Independente da atividade irregular, Ribeiro destacou que a ação de busca e salvamento tem que ser desenvolvida. Segundo ele, é possível que tenha ocorrido um acidente aeronáutico ou mesmo um pouso forçado na floresta. Esse era o primeiro voo do homem sobre a região.
"Vamos refazer o percurso original dele, temos esperança de encontrá-lo com vida. Já trabalhei em salvamentos na reserva Yanomami, onde houve pouso forçado na mata. As asas da aeronave quebraram, mas o piloto ficou vivo", ressaltou.
Na possibilidade de um pouso forçado, onde tenha ficado sem ferimentos graves, Mauro Silva pode ter ficado sem comunicação para pedir socorro. Uma hipótese é que esteja caminhando de dia pelo leito do rio Mucajaí, em busca de auxílio em comunidades próximas, e descansando à noite, conforme o coronel.
De acordo com José Peixoto Gomes Mello, chefe da unidade local da Anac, depois de tomar conhecimento do caso por meio do Corpo de Bombeiros, acionou os serviços de salvamento e investigação da Força Aérea Brasileira, bem como comunicou a Base Aérea de Boa Vista.
Consta nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil que o monomotor possui restrições para voar. Está com o seguro atrasado e a manutenção vencida. Mauro Silva também não tem registro de piloto nem de mecânico de aeronave junto à Anac.
NÃO-CONTROLADO - Apesar de todo o aparato para controlar o espaço aéreo brasileiro, existe o Espaço Aéreo Não-Controlado, cuja limitação vai do solo até mil metros de altitude. Nessa área, a navegação é de total controle do piloto, que opera no modo visual.
Apesar de não ser irregular, há quem opere dessa maneira para cometer ilícitos. Como não são percebidas pelos radares, as aeronaves podem transportar drogas e outros ilícitos e também voar em direção a garimpos ilegais. Sobrevoam baixo e próximo ao leito dos rios.
http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=88485
Depois de decolar de uma pista não homologada próxima a RR-205, na zona rural de Boa Vista - a 45 quilômetros do centro da cidade -, ele não foi mais visto, não entrou em contato com a família nem pediu socorro.
Mauro Sérgio Alves da Silva está há poucos dias em Roraima. Ele já morou no estado há seis anos, quando trabalhava irregularmente como mecânico de aeronave. Segundo apurou a Folha, ele teria se mudado para Itaituba (PA), região conhecida pela intensa atividade garimpeira, onde teria aprendido a pilotar.
Ao retornar para Roraima, trouxe o monomotor Cessna 182, de prefixo PT-BIN, de sua propriedade, para empregar em garimpos. Apesar de o avião ter capacidade para três passageiros, Silva estava sozinho. Transportava apenas comida e combustível.
Como a atividade que executava é ilegal, garimpar em terra indígena é proibido pelas leis brasileiras, não há qualquer registro do voo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Tampouco houve acionamento do Departamento de Busca e Salvamento (Salvaero), ligado ao Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo 4 (Cindacta 4), sediado em Manaus (AM).
O Corpo de Bombeiros foi procurado anteontem pela mulher de Mauro e preparou uma ação de busca e salvamento. Sete militares se deslocam hoje para a região que estava prevista para ser percorrida por Mauro Silva.
Dois bombeiros atuarão na busca aérea, que será feita em um avião de pequeno porte e em um helicóptero. Na busca fluvial, cinco militares descerão o rio Mucajaí em duas embarcações.
Ao tomar conhecimento, o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Paulo Sérgio Ribeiro, disse que comunicou o caso à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e à Base Aérea de Boa Vista e enviou ofício à Funai solicitando autorização para entrar na reserva.
Independente da atividade irregular, Ribeiro destacou que a ação de busca e salvamento tem que ser desenvolvida. Segundo ele, é possível que tenha ocorrido um acidente aeronáutico ou mesmo um pouso forçado na floresta. Esse era o primeiro voo do homem sobre a região.
"Vamos refazer o percurso original dele, temos esperança de encontrá-lo com vida. Já trabalhei em salvamentos na reserva Yanomami, onde houve pouso forçado na mata. As asas da aeronave quebraram, mas o piloto ficou vivo", ressaltou.
Na possibilidade de um pouso forçado, onde tenha ficado sem ferimentos graves, Mauro Silva pode ter ficado sem comunicação para pedir socorro. Uma hipótese é que esteja caminhando de dia pelo leito do rio Mucajaí, em busca de auxílio em comunidades próximas, e descansando à noite, conforme o coronel.
De acordo com José Peixoto Gomes Mello, chefe da unidade local da Anac, depois de tomar conhecimento do caso por meio do Corpo de Bombeiros, acionou os serviços de salvamento e investigação da Força Aérea Brasileira, bem como comunicou a Base Aérea de Boa Vista.
Consta nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil que o monomotor possui restrições para voar. Está com o seguro atrasado e a manutenção vencida. Mauro Silva também não tem registro de piloto nem de mecânico de aeronave junto à Anac.
NÃO-CONTROLADO - Apesar de todo o aparato para controlar o espaço aéreo brasileiro, existe o Espaço Aéreo Não-Controlado, cuja limitação vai do solo até mil metros de altitude. Nessa área, a navegação é de total controle do piloto, que opera no modo visual.
Apesar de não ser irregular, há quem opere dessa maneira para cometer ilícitos. Como não são percebidas pelos radares, as aeronaves podem transportar drogas e outros ilícitos e também voar em direção a garimpos ilegais. Sobrevoam baixo e próximo ao leito dos rios.
http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=88485
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