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Encerradas buscas por avião desaparecido

22/06/2010

Autor: Andrezza Trajano

Fonte: Folha de Boa Vista - http://www.folhabv.com.br



O Corpo de Bombeiros encerrou sem sucesso as buscas pela aeronave e pelo "piloto" Mauro Sérgio Alves da Silva, 37, desaparecidos há 13 dias, na terra indígena Yanomami. Entretanto, localizou diversos pontos de garimpo e pistas clandestinas, o que reforça que a atividade ilegal continua crescente.

De acordo com o comandante da corporação, coronel Paulo Sérgio Ribeiro, as buscas encerraram em razão do desencontro de informações. Foram dadas várias versões para a trajetória do avião, fazendo com que as equipes se dividissem em várias localidades, chegando até a sobrevoar o Município de São Luiz do Anauá, que é totalmente oposto à direção da reserva, mas que havia suspeita de que ele estivesse por lá.

Além disso, segundo o coronel, várias testemunhas de diferentes regiões relatam terem visto a aeronave. Porém, não é possível confirmar se se trata da mesma que é procurada. Há ainda quem garanta ter visto Silva.

É o caso do funcionário civil do 6 Batalhão de Engenharia de Construção, Ednaldo Ximenes. Ele disse à Folha que viu um avião e um homem com as mesmas características procuradas e que tentava levantar voo em uma pista abandonada numa região conhecida como Pedra Branca, na entrada da vila Socó, no Município de Uiramutã.

A mulher do "piloto", Elizângela Pinheiro Pereira, está grávida de três meses. Ela veio do Pará há nove dias em busca de notícias do companheiro. Tem certeza que está vivo e perdido na floresta.

Conforme ela, o homem identificado como Jonas Lucena da Silva, que teria contratado seu marido, não tem contribuído com as investigações. Ele tem dado informações desencontradas sobre a rota do voo. Com as buscas encerradas pelo Corpo de Bombeiros, Elizângela diz que procurará Silva por conta própria, com a ajuda de amigos.

Ela registrou boletim de ocorrência de desaparecimento junto ao 1 Distrito Policial, no domingo passado, 20. Segundo ela, o marido foi contratado para fazer 15 voos à região de garimpos, ao preço de R$ 6 mil cada, levando apenas combustível e mantimentos, mas quando chegou aqui descobriu que foi enganado.

Não havia trabalho. E antes de retornar para o Pará, Jonas Lucena teria feito uma oferta de voo. Silva decidiu ir para pelo menos pagar as despesas com a vinda para Roraima. Decolou de uma pista no km 45 da RR 205, a 80 quilômetros de Boa Vista, em direção à reserva, porém não chegou ao local combinado nem entrou em contato com a família.

O irmão de Mauro, Rubens Alves da Silva, pediu que as buscas não sejam encerradas e que em último caso, seja mantida pelo menos a ajuda com helicópteros, onde a família fornecerá o combustível. "É uma vida. Estamos suplicando por ajuda", disse.

GARIMPO - O que ficou claro desse fato, conforme Ribeiro, é a intensa atividade de garimpo na reserva Yanomami. Durante as buscas, os militares chegaram a ver homens garimpando. A exploração mineral em terra indígena é proibida por lei. Todas as informações serão repassadas por meio de relatório à Polícia Federal.

Mauro Silva não possui licença para pilotar aeronave (brevê). Consta nos registros da Agência Nacional de Aviação Civil que o monomotor Cessna 182, prefixo PT-BIN, que pilotava possui restrições para voar. Está com o seguro atrasado e a manutenção vencida.

http://www.folhabv.com.br/noticia.php?id=88853
 

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