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Índios prometem liberar a ERS-324 só depois de cacique ser libertado da prisão

12/10/2010

Autor: Leandro Becker

Fonte: Zero Hora - http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/



Adelino Lopes, porta-voz dos índios que bloqueiam a rodovia entre a reserva Bananeiras e Planalto (ERS-324), no norte do Estado, disse que os caingangues só vão liberar a rodovia quando o cacique José Oreste do Nascimento, de 60 anos, for libertado da prisão.

Lopes disse que a comunidade aguarda a chegada do prefeito de Gramado dos Loureiros, Antônio João Ceresoli (PSDB), e de representantes do Ministério Público (MP) e do Poder Judiciário para uma reunião na tentativa de resolver o impasse. O encontro deve ocorrer ainda hoje.

Segundo ele, os índios consideram injusta as prisões do cacique e do filho, Gélson do Nascimento, 37 anos. Ambos estão no Presídio de Sarandi. De acordo com o porta-voz, a comunidade cogita até mesmo destruir uma ponte em Planalto e a caixa d'água da Corsan responsável por abastecer Planalto, Alpestre e Ametista do Sul.

- A negociação pode demorar o tempo que for, mas os índios não desistirão de lutar pela liberdade do cacique. Inclusive, há índios de outras regiões que já ofereceram apoio ao movimento, caso necessário - revela.

A rodovia está bloqueada por cerca de 300 índios desde as 18h30min de segunda-feira. De acordo com o Comando Rodoviário da Brigada Militar, o movimento é pacífico e só é liberada a passagem de ambulâncias. Diante do impasse, o trânsito está sendo desviado.

O cacique e dois filhos foram presos após a descoberta de oito armas escondidas na reserva indígena. Por estar com uma arma sem numeração raspada ou procedente de furto, diferentemente do pai e do irmão, o vice-prefeito de Gramado dos Loureiros, Erpone do Nascimento, 39 anos, pagou fiança de R$ 1 mil e responderá o inquérito em liberdade.

A operação que resultou na prisão dos índios foi realizada pela Polícia Federal e Polícia Civil, com apoio da Brigada Militar. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Gramado dos Loureiros e na reserva indígena de Serrinha, no município de Ronda Alta.

A delegada Cinara Stormovski Freitas disse que a ação foi preventiva e realizada diante do risco de as armas serem usadas para praticar crimes na região. A polícia investiga a ligação entre a descoberta das armas e o assalto a banco ocorrido em junho em Gramado dos Loureiros, que resultou em duas mortes.

CONTRAPONTO

O que diz Erpone do Nascimento, vice-prefeito de Gramado dos Loureiros:

No domingo à noite, caçadores que estavam na reserva fugiram ao serem avistados por índios e deixaram as armas, que foram recolhidas. Na manhã seguinte, a polícia esteve na reserva e encontrou as armas. A comunidade indígena está nervosa e triste com o que aconteceu, pois meu pai é cacique há mais de 20 anos. Apesar de tudo, estamos com a consciência tranquila. Não temos culpa nenhuma nem envolvimento com o assalto ao banco.
ZERO HORA

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