De Povos Indígenas no Brasil
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As retomadas linguísticas podem ser consideradas um caso extremo de revitalização. Geralmente envolvem contextos em que houve a interrupção da transmissão da língua indígena entre as gerações, na maioria das vezes em decorrência da ação colonial através de guerras, epidemias, reduções de populações indígenas distintas em missões religiosas — dentre outras formas de violência que levaram ao silenciamento linguístico de boa parte das línguas dos povos originários existentes no território brasileiro.
 
As retomadas linguísticas podem ser consideradas um caso extremo de revitalização. Geralmente envolvem contextos em que houve a interrupção da transmissão da língua indígena entre as gerações, na maioria das vezes em decorrência da ação colonial através de guerras, epidemias, reduções de populações indígenas distintas em missões religiosas — dentre outras formas de violência que levaram ao silenciamento linguístico de boa parte das línguas dos povos originários existentes no território brasileiro.
  
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A categoria “línguas em retomada” vem para chamar atenção que a maior parte das línguas indígenas consideradas extintas estão na verdade “adormecidas”, conforme a concepção de muitos povos, o que leva a se pensar em outros conceitos de vitalidade linguística.
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A categoria <strong>línguas em retomada<strong> vem para chamar atenção que a maior parte das línguas indígenas consideradas extintas estão na verdade <em>adormecidas</em>, conforme a concepção de muitos povos, o que nos leva a outros conceitos de vitalidade linguística.
 
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Edição das 16h57min de 6 de maio de 2025

Línguas indígenas em revitalização e retomada

Por Altaci Kokama

A revitalização linguística tem sido um dos principais tópicos de interesse de comunidades indígenas e de pesquisadores. São preocupações tanto teóricas quanto práticas para enfrentar o desafio da perda linguística, que ameaça sobretudo as línguas indígenas: a diminuição do número de falantes, a interrupção da transmissão da língua entre as gerações e a falta de uso da língua em contextos importantes da vida cotidiana e em novas situações sociais.

Através de um planejamento linguístico, comunidades indígenas vem pensando medidas para a promoção de novos falantes. Um exemplo bem-sucedido de metodologia de revitalização são os ninhos de língua, programa de imersão linguística desenvolvido pelos Maori na Nova Zelândia para revitalizar seu idioma - e que no Brasil tem sido implementado pelos Kaingang a partir da iniciativa da linguista indígena Marcia Gojten Nascimento.

As retomadas linguísticas podem ser consideradas um caso extremo de revitalização. Geralmente envolvem contextos em que houve a interrupção da transmissão da língua indígena entre as gerações, na maioria das vezes em decorrência da ação colonial através de guerras, epidemias, reduções de populações indígenas distintas em missões religiosas — dentre outras formas de violência que levaram ao silenciamento linguístico de boa parte das línguas dos povos originários existentes no território brasileiro.

A categoria línguas em retomada vem para chamar atenção que a maior parte das línguas indígenas consideradas extintas estão na verdade adormecidas, conforme a concepção de muitos povos, o que nos leva a outros conceitos de vitalidade linguística.